As taxas de juros negociadas no mercado futuro avançaram mais uma vez nesta segunda-feira, 31, que antecede o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), acompanhando a alta do dólar e a repercussão da previsão do governo de um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em 2016.
O rombo corresponde a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contra uma meta de superávit de 0,7%. A projeção só foi confirmada no final da sessão de negócios, mas provocou estragos no mercado desde a abertura. O principal motivo do mal-estar com a notícia é o temor de que o rombo favoreça a perda do grau de investimento do País.
Em evento da ONU em Nova York, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ver maior chance de rebaixamento da nota do Brasil. “O problema maior do governo (com o Orçamento) não é com o Congresso, é com o mercado, que não vai olhar bem esse déficit e vai querer discutir o grau de investimento do País”, disse. Já o empresário Abilio Diniz disse que o mercado financeiro já precificou a perda do grau de investimento do Brasil.
Com os ajustes de hoje, toda a curva de juros passou a apontar taxas acima de 14%. O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 terminou o dia com taxa de 14,305%, contra 14,215% do ajuste de sexta-feira. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 ficou em 14,22% (13,95% no ajuste anterior). O DI para janeiro de 2019 indicou 14,16%, de 13,79%. O DI para janeiro de 2021 fechou com taxa de 14,12%, ante 13,71%, no ajuste de sexta-feira.