Os juros futuros de médio e longo prazos fecharam a sessão regular desta segunda-feira, 5, em alta e os vencimentos curtos encerraram com taxas estáveis. Tal desenho da curva refletiu, além das expectativas para a política monetária, o menor apetite por ativos de risco traduzido pela valorização do dólar no exterior e, internamente, pessimismo sobre a votação da reforma da Previdência, marcada para depois do carnaval.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 6,820%, ante 6,830% no ajuste anterior, a taxa do DI para janeiro de 2020 oscilou de 8,08% para 8,09%. O DI para janeiro de 2021 encerrou com taxa em 8,94%, de 8,92% no ajuste de sexta-feira, e a taxa do DI para janeiro de 2023 avançou de 9,60% para 9,66%.
“Estamos seguindo o movimento de desvalorização do real, tanto por fatores externos quanto domésticos, com Maia já pensando em engavetar a proposta da Previdência e o governo podendo desidratar ainda mais o texto para ter chance de aprovar”, assinalou o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.
No fim de semana, o Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) informou que, a poucos dias da votação na Câmara, o governo conseguiu contabilizar no máximo 237 deputados favoráveis à proposta, segundo planilha de cruzamento de votos obtida pelo serviço da Agência Estado. A última investida do governo para conquistar os votos que faltam é tentar buscar apoio de governadores, segundo fontes.
Lá fora, ainda sob o efeito dos dados fortes do mercado de trabalho nos EUA divulgados na sexta-feira, os mercados passam por uma correção, endossada pelo índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos EUA mais forte que o esperado. O indicador, elaborado pelo Instituto para Gestão de Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 55,9 em dezembro para 59,9 em janeiro, ante previsão dos analistas de 56,5.
Os contratos curtos pouco oscilaram, com o mercado aguardando o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) que, na quarta-feira, decide sobre a Selic. Há consenso nas apostas em torno do corte de 0,25 ponto porcentual na atual taxa de 7,00% e os investidores querem ver no comunicado pistas sobre os próximos passos da política monetária.