Os juros futuros negociados no segmento BM&F encerraram a sessão regular desta terça-feira, 4 em baixa moderada ao longo de toda a curva a termo. O movimento foi consolidado no período da tarde, quando o dólar inverteu o sinal de alta e passou a cair firmemente, abaixo dos R$ 3,10, e com a melhora na percepção do risco político. O julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia iniciado hoje, foi adiado e, adicionalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou o acordo de colaboração premiada celebrado entre o Ministério Público Federal (MPF) e o marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2017 encerrou em 10,920% (máxima), de 10,938% no último ajuste, com 225.150 contratos. A taxa do DI janeiro de 2018 (172.110 contratos) caiu de 9,825% no ajuste de ontem para 9,805%, e a do DI janeiro de 2019 (127.885 contratos) fechou em 9,44%, de 9,48%. O DI janeiro de 2021 (118.635 contratos) terminou com taxa de 9,81%, de 9,83% no ajuste anterior.
No fechamento da sessão regular, o dólar estava na mínima de R$ 3,042 (-0,67%) no segmento à vista, descolado da tendência de alta externa, também influenciado pelo adiamento, no final da manhã, do julgamento da ação contra a chapa Dilma-Temer, que poderia resultar na cassação do mandato do presidente Michel Temer. O TSE acatou o pedido da defesa de Dilma para que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega seja ouvido no âmbito da ação que pede a cassação por abuso de poder político e econômico em 2014.
Outro fator de alívio para a curva relacionado ao quadro político, a homologação da delação do marqueteiro João Santana pelo ministro do STF Edson Fachin foi bem recebida, ao, em tese, enfraquecer a possibilidade de uma candidatura de Lula na eleição presidencial de 2018 e, com isso, o risco de uma guinada na atual política econômica.
Adicionalmente, o resultado ruim da produção industrial divulgado logo cedo pelo IBGE confirmou espaço para um forte ajuste de queda da Selic nos próximos meses. A produção teve variação positiva de apenas 0,1% em fevereiro ante janeiro, muito aquém da mediana das estimativas, que era de alta de 0,70%, segundo o Projeções Broadcast.