Os juros futuros confirmaram o movimento de queda visto desde a abertura da sessão, mas se distanciaram das mínimas na última hora da sessão regular, na medida em que o dólar perdia força ante o real e até mostrava alta ante outras moedas de economias emergentes.
Mas, de maneira geral, o ambiente seguiu favorável para a declínio das taxas futuras, amparado na consolidação das apostas na queda de 1 ponto porcentual da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na redução do risco político e no clima externo ameno.
No fim da sessão regular desta segunda-feira, 17, a taxa do Contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2018 (159.370 contratos) estava em 8,665% (máxima), de 8,670% no ajuste de sexta-feira, 14, e o DI para janeiro de 2019 (138.725 contratos) fechou em 8,55%, de 8,60% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou na mínima de 9,62%, de 9,70% no último ajuste, com 84.685 contratos.
Os principais vetores a colocarem os juros em trajetória de baixa nesta segunda-feira foram conhecidos já na abertura: a nova deflação do IGP-10 e o recuo nas medianas de inflação e Selic na pesquisa Focus. O índice recuou 0,84% em julho, a quarta deflação consecutiva – maior sequência desde 2005.
No Boletim Focus, a mediana para o IPCA caiu de 3,38% para 3,29% e a expectativa para a Selic, de 8,25% para 8,0%, ambos no final deste ano. Além disso, o início do recesso parlamentar nesta terça-feira, 18, traz uma certa tranquilidade ao mercado, pela redução do potencial de notícias negativas sobre a crise.
À tarde, o Ministério do Trabalho informou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referentes a junho, abaixo da mediana das estimativas, mas que não chegaram a influenciar os negócios. O Brasil abriu 9.821 vagas, terceiro resultado positivo seguido, mas que veio abaixo da mediana das 21.150 vagas.
“O Focus veio bem, cenário externo ajudando com dados da China não dando susto e, com o recesso do Congresso, vamos parar de ter notícia ruim. A tendência é acalmar”, disse o gestor de renda fixa da Leme Investimento, Paulo Petrassi.
A fonte de riscos, porém, segue sendo o lado fiscal, agora com as discussões em torno do Novo Refis, que pode afetar a arrecadação do governo em mais de R$ 12 bilhões. As mudanças feitas pelo deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) no texto têm sido bastante criticadas dentro do governo. “Prejudica a chance de haver alguma liberação de recursos do Orçamento”, afirmou o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Às 16h18 desta segunda-feira, o dólar à vista, que na mínima chegou a R$ 3,1773, era cotado em R$ 3,1830 (-0,06%).