Os juros futuros fecharam a sessão regular desta quinta-feira, 10, em queda firme e mais acentuada nos contratos de longo prazo, justamente os que na quarta-feira mais haviam subido. O movimento de baixa visto ao longo de toda a quinta-feira teve respaldo no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril no piso das estimativas, na queda do dólar e no bom humor dos mercados internacionais, por sua vez, com base na inflação ao consumidor nos Estados Unidos abaixo do esperado.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para outubro de 2018 encerrou a 6,215%, de 6,239% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2019 fechou na mínima de 6,260%, ante 6,294% no ajuste de quarta. A taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 7,34% para 7,22% e a do DI para janeiro de 2021, de 8,44% para 8,26%. O DI para janeiro de 2023 terminou com taxa de 9,44% (mínima), de 9,68%.
O IPCA de abril ficou em 0,22%, exatamente o piso das previsões coletadas pelo Projeções Broadcast, cuja mediana era de 0,28%, sustentando o recuo da ponta curta já visto desde a quarta.
O número, que ainda trouxe preços de abertura bastante benignos, reforçou a aposta de que a Selic será reduzida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na reunião dos dias 15 e 16 de maio, em 0,25 ponto porcentual, para 6,25%. Na noite da última terça-feira, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, havia dito que, para a atual política monetária, importam mais “a inflação e atividade”, a despeito da escalada do dólar.
A queda dos contratos mais longos refletiu a melhora do apetite pelo risco trazida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, em inglês) norte-americano em abril. O índice cheio subiu 0,2%, ante previsão de 0,3%, e o núcleo avançou 0,1%, ante expectativa de 0,2%.
Os dados trouxeram alento em relação ao risco de um aperto monetário mais forte no juro conduzido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que, na quarta-feira, havia crescido em função da escalada dos preços do petróleo.
Um termômetro da recuperação do apetite do investidor foi o recuo do rendimento dos Treasuries, com a taxa da T-Note de dez anos abaixo de 3%. O recuo do dólar também contribuiu para a redução dos prêmios nos vencimentos mais longos. Por volta das 16h30, a moeda no segmento à vista era negociada em R$ 3,5461 (-1,42%).