Economia

Juros futuros acompanham cenário externo e se ajustam para baixo

O mercado futuro de juros ajustou as taxas para baixo nesta quinta-feira, 15, mesmo que a principal notícia do dia tenha sido a decisão da agência de classificação de risco Fitch de rebaixar o rating de longo prazo do Brasil de BBB para BBB-, com perspectiva negativa. Na nova classificação, o Brasil permanece no nível de grau de investimento, mas no primeiro degrau.

A interpretação dos analistas foi de que o rebaixamento em apenas um degrau já estava embutido nos preços dos ativos brasileiros. Além disso, havia em parte do mercado o temor de que a agência pudesse promover um corte de dois níveis de uma só vez, retirando o selo de bom pagador do País, o que não ocorreu.

Com o noticiário político bastante escasso e o rebaixamento absorvido sem grande estresse, os juros negociados no mercado futuro olharam para o exterior e operaram em queda por praticamente todo o dia – apenas com uma aceleração pontual após o rebaixamento da Fitch. Os investidores se mantiveram atentos à divulgação de indicadores e a declarações de executivos internacionais que pudessem sinalizar os próximos passos dos bancos centrais nos EUA, China e Europa.

Em discurso feito pela manhã, Ewald Nowotny, integrante do conselho diretor do Banco Central Europeu, afirmou que o BCE está “claramente descumprindo” sua meta de inflação anual, que é de taxa ligeiramente abaixo de 2%, em meio ao fraco crescimento da zona do euro. Segundo Nowotny, que também é presidente do BC da Áustria, o principal fator por trás da inflação baixa é a “dramática” queda nos preços do petróleo.

Incertezas sobre o futuro do euro e o crescimento fraco são os dois maiores desafios da União Europeia, de acordo com Nowotny. “Precisamos de expansão econômica mais forte, que reduza o desemprego e nos traga mais próximos de nosso objetivo de estabilidade dos preços”, concluiu o executivo. As declarações de Nowotny acabaram por reforçar as apostas de adoção de novos estímulos às economias da Europa.

Nos negócios na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2016 fechou a sessão regular com taxa de 14,285%, contra 14,350% do ajuste de ontem. O DI de janeiro de 2017 terminou com taxa de 15,37%, frente aos 15,59% do ajuste anterior. O vencimento de janeiro de 2021 fechou com 15,71%, de 15,94%.