Na contramão do câmbio, os juros futuros terminaram com viés de alta nesta quinta-feira, 23, ainda refletindo as indicações do Banco Central de que seguirá “vigilante” na condução da política monetária, o que impediu a devolução de prêmios na curva a termo.
Ao término da sessão regular da BM&F Bovespa, o DI janeiro de 2016 ficou estável ante o ajuste anterior, em 13,54%. O DI janeiro de 2017 subiu de 13,32% para 13,36% e o DI janeiro de 2021 fechou estável em 12,60%. O dólar à vista fechou em baixa de 1,13%, a R$ 2,9780, a terceira queda seguida e o menor patamar desde 2 de março (R$ 2,8930).
Os juros tiveram dinâmica própria, descolando-se do movimento do dólar e da queda do rendimento dos Treasuries nos EUA. A expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter o ritmo de alta da Selic em 0,50 ponto porcentual nas suas próximas duas reuniões continuou blindando a curva do contágio do apetite ao risco que deu as cartas nos demais ativos domésticos. Ainda que os sinais sejam de atividade doméstica enfraquecida, os investidores acreditam que ao reforçar que a postura da política monetária “foi e será vigilante” o BC sinaliza sua intenção de não afrouxar o ritmo de alta do juro.
Nesta tarde, o Ministério do Trabalho informou que o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de março mostrou abertura líquida de 19.282 vagas, após três meses de saldo negativo. O número ficou perto do teto das previsões do mercado coletadas pelo AE Projeções, que iam de corte de 70 mil à criação de 20 mil vagas, com mediana negativa de 20.800 postos, o que também serviu de argumento para a rigidez da curva, embora a percepção continue sendo de que o mercado de trabalho passa por um período de enfraquecimento.