Economia

Juros futuros fecham em alta com ajustes ao Copom e realização de lucros

Os juros futuros encerraram a sessão desta quinta-feira, 28, em alta, motivada por ajustes ao comunicado considerado conservador da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que ontem manteve a Selic em 14,25% ao ano em votação unânime, e também por um movimento de realização de lucros. Houve ainda influência da oferta robusta de 13 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) no leilão do Tesouro, vendida integralmente.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 projetava 13,640%, de 13,530% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2018, que ontem no ajuste anterior marcou 12,68%, estava em 12,76%. E o DI janeiro de 2021 fechou em 12,70%, de 12,57%.

No comunicado, o Copom diz que “reconhece os avanços na política de combate à inflação, em especial a contenção dos efeitos de segunda ordem dos ajustes de preços relativos”. “No entanto, considera que o nível elevado da inflação em doze meses e as expectativas de inflação distantes dos objetivos do regime de metas não oferecem espaço para flexibilização da política monetária”, argumentam os diretores.

Com isso, as apostas de corte iminente da Selic no encontro do Copom em junho se enfraqueceram e as taxas curtas subiram. As longas inicialmente reagiram em queda ao comunicado, mas à tarde inverteram o sinal, com os investidores realizando lucros, dado que os vencimentos mais distantes haviam recuado de forma intensa nos últimos dias. “O rali do impeachment e do cenário externo pegou de forma muito forte o trecho longo da curva, mais do que o dólar e a bolsa”, afirmou o estrategista-chefe da Indosuez Vladimir Caramaschi, acrescentando que o noticiário político hoje mais fraco abriu espaço para esta correção.

Dessa forma, os juros encerraram no sentido contrário do dólar, que está em queda. Perto das 16h30, a moeda no segmento à vista recuava 0,78%, a R$ 3,4972, sem sinal, por parte do Banco Central, de leilões de swap cambial reverso mesmo com a moeda abaixo de R$ 3,50.

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