Economia

Juros futuros fecham em alta com realização de lucros e quadro político no foco

Numa sessão com volume abaixo do visto nos últimos dias, as taxas de juros futuros fecharam nesta segunda-feira, 7, em alta na BM&FBovespa. Assim como no câmbio, o movimento é atribuído à correção de parte da trajetória de queda recente, em especial a da sexta-feira. Ao término da negociação regular, o DI julho de 2016 estava em 14,145%, de 14,125% no ajuste anterior, e o DI janeiro de 2017 projetava 14,125%, de 14,050% no ajuste de sexta-feira. O DI janeiro de 2018 subiu de 14,24% para 14,42%. O DI janeiro de 2021 avançou para 14,89%, de 14,70%.

O noticiário político seguiu como principal interesse do investidor, mas, na falta de novidades concretas sobre o futuro de Dilma Rousseff, o investidor aproveitou para embolsar um pouco dos ganhos. Segundo fontes nas mesas de renda fixa, a aposta central do mercado ainda é de que a presidente não conseguirá se sustentar no cargo, mas o risco de confronto nas manifestações contra e pró-Dilma, marcadas para o próximo domingo, incutiu um pouco de cautela, sinalizando que o processo não será fácil.

Dois eventos são aguardados com certa ansiedade pelo investidor: a homologação da delação premiada do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e o aditamento ao pedido de impeachment da presidente em trâmite na Câmara. O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou no Diário da Justiça de hoje o acórdão da ação que definiu o rito do impeachment no Congresso, abrindo caminho para os ministros decidirem se vão aceitar ou não o recurso apresentado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

No Planalto, Dilma Rousseff convocou de última hora uma reunião de emergência da coordenação política nesta tarde, para tratar, entre outros temas, da agenda do Congresso para esta semana e também fazer uma avaliação do “calor das manifestações”, de acordo com fontes. Após a condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, a avaliação é que os protestos contra a presidente ganharam adesão significativa.

Com o quadro político e fatores técnicos no centro das atenções, a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central foi apenas monitorada, assim como o mercado externo. Entre os destaques, a mediana para o IPCA de 2016 subiu de 7,57% para 7,59%. Lá fora, o petróleo registrou ganhos firmes, com o barril do tipo Brent tendo rompido a marca de US$ 40 pela primeira vez no ano.

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