Os juros futuros começaram a semana em baixa, alinhados com o movimento do câmbio e ao apetite ao risco visto no exterior. Internamente, contribuiu para o alívio nos prêmios nesta segunda-feira, 29, a queda da mediana das estimativas para o IPCA de 2016 no Boletim Focus, na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom) decide sobre a Selic. O volume de contratos negociados, contudo, foi abaixo do padrão, como normalmente ocorre às segundas-feiras, ainda mais diante da agenda doméstica esvaziada de indicadores.
Ao término da negociação regular, o DI abril de 2016, o primeiro contrato a vencer após a reunião do Copom desta semana, encerrou estável em 14,160%. O DI janeiro de 2017 fechou em 14,180%, de 14,225% no ajuste da sexta-feira, e o DI janeiro de 2018 terminou na mínima de 14,56%, de 14,68%. O DI janeiro de 2021 encerrou em 15,58%, de 15,74%.
As taxas operaram em queda desde a abertura, favorecidas pelo recuo do dólar ante o real, conduzido, por sua vez, pela decisão da China de cortar em 0,5 ponto porcentual sua taxa de depósitos compulsórios e pelo avanço nos preços do petróleo.
Os investidores também abriram posições vendidas com base na pesquisa Focus, do Banco Central, que hoje trouxe a mediana das previsões de IPCA de 2016 em 7,57%, de 7,62% no levantamento da semana passada, após subir por oito rodadas consecutivas. Para 2017, no entanto, a mediana permaneceu em 6,00%. Quanto à Selic, a mediana continuou em 14,25% para 2016 e para 2017, passou de 12,63% para 12,50%.
Para a decisão do Copom na quarta-feira, as apostas na curva a termo estão bem ajustadas para a estabilidade no nível de 14,25% e qualquer coisa diferente disso será uma grande surpresa. A maior expectativa, portanto, é quanto ao placar da decisão, principalmente sobre se Tony Volpon e Sidnei Corrêa Marques vão manter sua defesa da alta de 0,50 ponto na taxa básica como nas últimas reuniões.