A semana começou com juros futuros em queda e, como tem sido a tônica das últimas sessões, o movimento foi mais expressivo nos contratos de longo prazo. O principal vetor a comandar os negócios continuou sendo o cenário político, nesta segunda-feira, 28, mais especificamente a alta probabilidade de o PMDB deixar a base aliada do governo, o que, de acordo com operadores, enfraqueceria ainda mais a situação da presidente Dilma Rousseff.
Como normalmente ocorre às segundas-feiras, a liquidez foi bastante reduzida. No fechamento da etapa regular, o DI com vencimento em janeiro de 2017 projetava 13,74%, de 13,83% no ajuste da quinta-feira, e o DI janeiro de 2018 caiu de 13,62% para 13,37%. O DI para janeiro de 2021 encerrou em 13,71%, de 14,07%.
Desde a abertura dos negócios, a expectativa com relação à decisão do PMDB determinou não somente a queda dos juros, como também do dólar ante o real, e a alta firme da Bovespa. Amanhã, haverá reunião do diretório nacional da legenda e a aposta é de que o desembarque do governo Dilma Rousseff deve ser aprovado. Nesta tarde, o ex-ministro de Aviação Civil Eliseu Padilha afirmou “que o PMDB está muito próximo da unanimidade para rompimento com governo”. “Numa escala de zero a dez, a chance de sair é dez”, disse.
Além disso, para o investidor, outro sinal forte de que é certa a saída do PMDB é o fato de que o vice-presidente da República e presidente nacional do partido, Michel Temer, decidiu não presidir a reunião amanhã. De acordo com interlocutores do vice-presidente, o peemedebista não quer passar a imagem de que comandou o processo de rompimento. Com a decisão de Temer, o senador Romero Jucá (RO), primeiro vice-presidente do PMDB, presidirá os trabalhos. Jucá é a favor do desembarque.
No fim da tarde, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), subiu o tom e acusou Temer de estar no “comando do golpe”.