Os juros futuros confirmaram no fechamento da sessão regular desta sexta-feira, 23, o sinal de baixa visto ao longo da sessão, embora no período da tarde o movimento tenha perdido força. A ideia de que estão dadas as condições para o início imediato dos cortes da Selic seguiu como pano de fundo para o comportamento das taxas nesta sexta-feira de agenda fraca e sem destaques no noticiário. De novidade, apenas o discurso feito ontem à noite pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, como fator adicional para estimular o alívio da curva.
Ao final da etapa regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (232.340 contratos) fechou em 13,820%, de 13,835% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2019 (171.175 contratos) terminou em 12,22%, de 12,25%. O DI janeiro de 2019 (159.535 contratos) passou de 11,66% para 11,64%. O DI janeiro de 2021 (102.445 contratos) fechou em 11,71%, ante 11,72% no ajuste anterior.
“O mercado seguiu hoje tranquilo, refletindo ainda o IPCA-15, a fala do Meirelles e o discurso do Ilan dando maior indicação de que os cortes da Selic começam em outubro”, afirmou o trader de renda fixa do Banco Sicredi, Getulio Ost.
Durante evento em São Paulo, na noite de ontem, o presidente do BC destacou que o horizonte relevante para a política monetária “não é estático”. “Ele se desloca continuamente com o passar do tempo. Dentro dessa estratégia consistente, à medida que avançam os meses, as ações de política monetária passam a dar mais importância, de maneira gradual, para períodos igualmente à frente”, afirmou. Disse ainda que “agindo de maneira prudente, já obtivemos resultados”. “As expectativas de inflação convergiram para 4,5% a partir de 2018. Para 2017, a mediana das expectativas declinou desde junho, de 5,5% para 5,1%”, ressaltou.
No período da tarde, o ambiente tornou-se menos propenso à tomada de risco no exterior – com o petróleo aprofundando as perdas e pesando nas ações – e o investidor da renda fixa aproveitou para realizar um pouco de lucros, o que reduziu o ímpeto de queda das taxas futuras.
Já com a sessão regular encerrada, o Ministério do Trabalho informou que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) teve saldo líquido negativo de 33,9 mil vagas em agosto, número que ficou próximo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de fechamento de 35 mil postos.