Economia

Juros futuros recuam com apetite do investidor por risco

As taxas de juros negociadas no mercado futuro tiveram nova rodada de baixa nesta quarta-feira, 17, favorecida pela maior procura do investidor estrangeiro por ativos de risco. A forte alta dos preços do petróleo foi o pano de fundo para esse comportamento, que impulsionou as ações negociadas na Bovespa e fez o dólar voltar a operar abaixo do patamar dos R$ 4.

Os preços do petróleo dispararam à tarde, em repercussão a declarações do ministro do Petróleo do Irã, Bijan Zanganeh, de apoio a ações para ajudar na recuperação da commodity. Mesmo sem uma sinalização mais concreta por parte do Irã, a commodity acelerou a alta com que já vinha operando e ajudou a impulsionar ativos de países emergentes e exportadores de commodities, como o Brasil.

A queda das taxas ficou concentrada entre os vencimentos intermediários e longos, uma vez que os prazos curtos praticamente já não apresentam prêmio de risco. Mais atrelados à expectativa com a política monetária, os vencimentos curtos continuam a refletir a estimativa de manutenção da taxa Selic nos atuais 14,25% por todo o ano de 2016. Ainda com prêmios para queimar, os vencimentos a partir de 2018 concentraram maior liquidez, com as taxas caindo mais significativamente.

O spread entre os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2018 e janeiro de 2021 ficou em torno dos 100 pontos-base, evidenciando que o prêmio permanece elevado. Para se ter uma ideia, esse diferencial rondava os 40 pontos-base antes da última reunião do Copom, que surpreendeu os investidores com a manutenção da taxa Selic, após sinalizar uma alta.

Segundo profissionais do mercado, a manutenção dos prêmios em patamares ainda elevados demonstra a cautela do investidor com o cenário doméstico ainda cheio de incertezas no que diz respeito à questão fiscal. Entre os investidores, repercutiu negativamente a notícia de que a equipe econômica estuda flexibilizar a meta fiscal deste ano para permitir um déficit nas contas do governo federal que pode chegar a até 1% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a cerca de R$ 61 bilhões.

Ao final dos negócios do horário regular da BM&F, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 fechou com taxa de 14,24%, ante 14,28% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2018 ficou com taxa de 14,75%, de 14,87%. O vencimento de janeiro de 2021 projetou 15,75%, ante 16,02%.

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