Economia

Juros futuros recuam com dólar, reforma política e exterior

A reforma ministerial anunciada pela presidente Dilma Rousseff definiu a queda do dólar ante o real nesta sexta-feira, 2, e, em paralelo, reforçou o viés negativo para as taxas dos contratos futuros de juros. Pela manhã, as taxas já recuavam em função dos números do payroll (relatório de empregos dos EUA), que vieram pior que o esperado.

No fim da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2016 ficou em 14,54%, ante 14,68% de ontem. O contrato para janeiro de 2017 marcou 15,45%, ante 15,77%, e o vencimento para janeiro de 2021 indicou 15,20%, ante 15,73%. O dólar à vista de balcão cedeu 1,18%, aos R$ 3,9430.

Mais cedo, os dados do relatório de empregos nos EUA colocaram um viés de baixa para as taxas futuras no Brasil, em movimento de acordo com o que se via nos Treasuries (títulos do Tesouro americano). Os números do payroll foram piores que o esperado, reduzindo as chances de alta de juros nos EUA no fim de outubro. A economia americana criou 142 mil vagas de emprego em setembro, ante a previsão de 200 mil. A criação de vagas em agosto foi revisada de 173 mil para 136 mil, enquanto a de julho passou de 245 mil para 223 mil.

Com o anúncio dos detalhes da reforma promovida por Dilma – uma espécie de “pacote político” para recuperar o apoio da base e a confiança dos agentes econômicos -, o dólar acabou se firmando em baixa à tarde e os juros também. Dilma cortou oito ministérios, acabou com 30 secretarias das pastas remanescentes, fechou 3 mil cargos na máquina pública e reduziu em 10% os salários dos ministros. Dilma também passará a ganhar 10% menos. Entre os ministérios remanescentes, sete foram para as mãos do PMDB. E Aloizio Mercadante foi deslocado da Casa Civil – onde tinha influência na política econômica – para a Educação. As mudanças, na visão do mercado financeiro, podem ajudar a recuperar a governabilidade.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números da atividade industrial em agosto. A produção industrial caiu 1,2% em agosto ante julho, na série com ajuste sazonal. O resultado veio melhor do que a mediana negativa encontrada pelo AE Projeções, de -1,60%.

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