As taxas dos contratos futuros de juros subiram em toda a curva a termo nesta sexta-feira, 23, com a questão fiscal sustentando os prêmios. No foco, estiveram os receios com o rombo que pode se aproximar dos R$ 76 bilhões em 2015, conforme alguns cálculos. Mas alguns outros números que são citados nas mesas indicam um buraco próximo de R$ 100 bilhões.
Os números da arrecadação federal, divulgados mais cedo, vieram menos ruins que o esperado. Ela somou R$ 95,239 bilhões em setembro, ante os R$ 93,850 bilhões da mediana projetada pelo mercado. Ao mesmo tempo, a China anunciou pela manhã corte de 0,25 ponto porcentual em suas taxas de juros de empréstimos e depósitos de um ano, para 4,35% e 1,50%, respectivamente. Foi o sexto corte de juros anunciado pelo PBoC desde novembro do ano passado.
Além disso, o BC chinês removeu o limite sobre as taxas de depósitos para bancos comerciais e cooperativas rurais, em um movimento em direção à liberalização dos juros. O PBoC cortou em 0,5 ponto porcentual, para 17,5%, a proporção de reservas compulsórias dos bancos – o montante que as instituições, obrigatoriamente, precisam deixar depositado na autoridade. Com isso, o BC eleva a capacidade dos bancos de fazer operações de crédito, o que é um estímulo adicional à economia.
Apesar da arrecadação no Brasil e dos estímulos na China, os investidores seguraram os prêmios na curva de juros, porque a percepção de rombo fiscal só cresce. O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, exibia taxa de 15,35% no fim da sessão regular, de 15,27% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2016 estava a 14,263%, de 14,240%. O DI para janeiro de 2021 estava em 15,96%, de 15,84% no ajuste de ontem.