As taxas dos contratos futuros de juros voltaram a subir nesta sexta-feira, 12, mais uma vez influenciadas pelo avanço do dólar ante o real e pelo clima global de aversão ao risco. Além disso, o resultado acima da mediana das projeções das vendas no varejo em outubro ajudou a puxar as taxas, por dar algum espaço ao Banco Central para manter o ritmo de aperto monetário em 0,50 ponto em janeiro. Os vencimentos mais longos, depois de subirem com força durante o pregão, acabaram perto dos ajustes, porque o patamar das taxas acabou se tornando atrativo a operações de arbitragem.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para abril de 2015 marcava 12,00%, de 11,98% no ajuste anterior. O juro para janeiro de 2016 indicava 12,55%, de 12,51% na véspera. O DI para janeiro de 2017 apontava 12,55%, de 12,52% no ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 12,38%, de 12,40% ontem.
De acordo com profissionais da área de renda fixa, há uma conjunção de fatores puxando as taxas futuras para cima, ainda que a fraqueza da atividade doméstica e também internacional não sancione juros elevados, nem aqui nem em outros países. “Mas em um período de aversão tão forte quanto agora, o investidor primeiro zera posição e depois olha com mais calma para os fundamentos”, frisou um deles. Esse mesmo profissional destacou, por exemplo, que os juros longos, que subiram muito no decorrer do dia, podem ter atraído operações de arbitragem que os fizeram ficar perto dos ajustes. Mesmo porque, na visão dessa fonte, há um limite para a alta.
As vendas do comércio varejista subiram 1% em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal, dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (-0,10% a +1,40%) e acima da mediana de +0,50%. Na comparação anual, sem ajuste, as vendas do varejo tiveram alta de 1,8% em outubro deste ano. Nesse confronto, as projeções iam de avanço de 0,30% a avanço de 4,30%, com mediana positiva de 1,00%. Até outubro, as vendas do varejo restrito acumulam alta de 2,5% no ano e aumentam 3,1% nos últimos 12 meses.