Economia

Juros futuros sobem com mudança de meta fiscal, rumores sobre Levy e Fitch

Os juros futuros acompanharam o estresse dos demais ativos do mercado doméstico e subiram nesta quarta-feira, 16. A revisão para baixo na meta de resultado primário do governo em 2016, de 0,7% para 0,5% do PIB, reforçou os rumores da saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, do governo, ainda mais depois que a Fitch rebaixou no começo da tarde a nota de classificação do Brasil, que perdeu o grau de investimento. Na reta final dos negócios, a alta perdeu fôlego e alguns contratos chegaram a bater mínimas, com os investidores já voltando as atenções para a decisão do Federal Reserve que ocorreria em seguida.

Ao encerramento da sessão regular, o DI abril de 2016 estava em 14,725%, de 14,690% no ajuste de ontem, e o DI janeiro de 2017 fechou em 16,04% (mínima), de 15,98% no ajuste de ontem. O DI janeiro de 2019 subiu de 16,42% para 16,60% e o DI janeiro de 2021, de 16,10% para 16,29%.

As taxas já começaram o dia pressionadas pela informação da mudança na meta fiscal de 2016, que acirrou a percepção de que o ministro Levy sairá do governo. Na semana passada, o titular da Fazenda teria dito aos senadores da Comissão Mista de Orçamento (CMO) que estaria “fora” em caso de uma alteração na meta de 0,7% do PIB. A Comissão aprovou a redução, de 0,7% para 0,5% do PIB em 2016 sem qualquer tipo de dedução e a proposta seguia para votação no plenário do Congresso nesta tarde.

O novo texto do relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), prevê que a nova meta será de R$ 30,554 bilhões (exatos 0,48% do PIB). Pela proposta, a União terá de arcar com R$ 24 bilhões da meta (0,38% do PIB), e os Estados e municípios, com R$ 6,554 bilhões (0,10% do PIB).

E o ministro parece ter ficado ainda mais enfraquecido com a decisão da Fitch. A agência rebaixou o rating do Brasil de BBB- para BB+, com perspectiva negativa. Na sequência do anúncio, por volta das 12h30, as taxas futuras dispararam.

De acordo com a agência, a recessão no País é maior que o anteriormente antecipado. Além disso, o corte na nota reflete acontecimentos fiscais adversos e o aumento na incerteza política, que pode minar a capacidade do governo de efetivamente implementar medidas fiscais para estabilizar o crescente peso da dívida. Nas mesas de renda fixa, a avaliação é de que a decisão já estava precificada, mas o timing surpreendeu, pois era esperada apenas para o primeiro trimestre de 2016. Joaquim Levy avaliou como “séria” a perda do grau de investimento do Brasil pela Fitch e defendeu que “é “preciso agir”.

Contudo, na última meia hora da sessão regular, as taxas reduziram o avanço, em meio à expectativa pela decisão do Fed.

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