Economia

Juros futuros terminam perto dos ajustes com desaceleração do dólar

O avanço firme do dólar ante o real na maior parte da sessão desta sexta-feira, 6, e a disparada dos yields dos Treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) – após divulgação de dados de emprego dos EUA (payroll) – sustentaram a alta dos juros futuros até a metade da tarde. Só que a desaceleração do dólar no Brasil acabou por pesar nas taxas futuras, que se reaproximaram dos níveis de ontem na reta final da sessão regular.

O DI para janeiro de 2017, o mais negociado, exibiu taxa de 15,35% no encerramento dos negócios regulares, com máxima de 15,55% no dia e ajuste de 15,37% ontem. O DI para janeiro de 2016 estava a 14,24%, de 14,255% no ajuste anterior. Já o DI para janeiro de 2019 marcava 15,74%, de 15,72%, e o DI para janeiro de 2021 estava em 15,63%, de 15,57%.

Pela manhã, o IBGE informou que a inflação medida pelo IPCA subiu 0,82% em outubro, de +0,54% em setembro e um pouco acima da mediana das estimativas coletadas pelo AE Projeções, de 0,80%. Com o resultado, a taxa acumulada no ano atingiu 8,52% e o resultado em 12 meses ficou em 9,93%. Na visão de analistas, com os preços tão pressionados, o Banco Central terá que manter sua política monetária restritiva por ainda mais tempo se, de fato, quiser levar a inflação para 4,5% em 2017.

O resultado do IPCA sustentou o viés de alta das taxas dos DIs mais cedo. Mas, quando os EUA divulgaram os números de seu relatório do mercado de trabalho (payroll), os ganhos se intensificaram, em sintonia com o avanço do dólar ante o real e com a disparada dos yields dos Treasuries. A criação de 271 mil vagas em outubro, bem acima da previsão de 183 mil postos, elevou as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) subirá juros já em dezembro.

Neste cenário, a taxa do DI para janeiro de 2017, por exemplo, chegou a marcar a máxima do dia de 15,55%. No entanto, ela desacelerou posteriormente e, durante a tarde, se reaproximou do ajuste de ontem (15,37%), justamente porque o dólar também perdeu força no Brasil. Profissionais do mercado de câmbio citaram um fluxo de entrada de recursos no País durante a tarde e um movimento de “eliminação de exageros nas cotações”, passado o impacto do payroll. No fim da tarde, o dólar à vista tinha alta de apenas 0,15%, aos R$ 3,7814, enquanto a divisa para dezembro cedia 0,03%, aos R$ 3,8090.

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