O mercado de juros deu sequência ao movimento visto ontem e as taxas curtas encerraram em alta e as demais, entre a estabilidade e a queda. Diante da agenda hoje fraca e noticiário sem destaques, os investidores continuaram ajustando suas apostas para a política monetária nos próximos meses, ainda sob o impacto do IPCA de dezembro, o que pressionou para cima os contratos de curto prazo, com respectivo alívio na ponta longa. Este trecho, cujas taxas fecharam nas mínimas, foi adicionalmente influenciado pela fraqueza do dólar no mercado global e pelo aumento do apetite ao risco depois do resultado da inflação no atacado em dezembro nos Estados Unidos.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 subiu de 6,865% para 6,890% e a taxa do DI para janeiro de 2020 encerrou na mínima de 8,04%, estável ante o ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 também terminou na mínima, de 8,88%, contra 8,92% ontem no ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2023 caiu de 9,74% para 9,69% (mínima).
“Ainda temos um rescaldo de ontem, com a surpresa do IPCA, cuja composição já mostra algumas pressões, e diante da perspectiva de normalização dos preços de alimentos. Ontem já vimos algumas revisões de apostas para a Selic, mas muitos ainda fazem isso hoje”, afirmou o estrategista de renda fixa da GS Research Renan Sujii. O IPCA mostrou inflação de 0,44% em dezembro, acima do teto das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,38%. Com isso, o mercado vê menos espaço para a manutenção dos cortes da taxa básica pelo Banco Central.
Os contratos de longo prazo estiveram pressionadas pela manhã, pela leitura da ata do Banco Central Europeu (BCE), mas a alta perdeu força no final da primeira etapa, em linha com a reação dos demais ativos ao índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. A inflação medida pelo índice caiu 0,1%, assim como o núcleo, ficando abaixo da previsão de alta de 0,2% para ambos. Após o leilão de títulos prefixados do Tesouro, que vendeu integralmente as ofertas de 6 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de 2 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F), as taxas longas passaram a renovar mínimas, se consolidando em baixa, na medida em que o dólar também se firmava aquém dos R$ 3,23.