Economia

Juros longos sobem com estimativa do PIB americano

A primeira estimativa do PIB norte-americano, divulgada na manhã desta quarta-feira, 30, definiu a trajetória das taxas futuras no Brasil, com os juros de longo prazo com avanço consistente e os curtos, próximos aos ajustes. À tarde, o encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed – banco central norte-americano) levou as taxas a desacelerar as altas, mas o movimento foi pontual, já que há dúvidas na leitura sobre a atuação do BC dos EUA.

No final da sessão regular na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 projetava 10,78% (320.675 contratos), de 10,77% ontem; o DI para janeiro de 2016 (257.345 contratos) estava em 11,12%, de 11,07% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2017 (476.175 contratos) estava em 11,43%, de 11,34% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 (199.985 contratos) projetava taxa de 11,75%, de 11,65% após ajuste.

Pela manhã, foi divulgado que a economia norte-americana cresceu 4% de abril a junho, acima da previsão de 3% do mercado. Também foi conhecido pela manhã o relatório de criação de vagas do mercado privado de trabalho, que veio mais fraco do que o esperado, com +218 mil ante previsão de +238 mil. À tarde, o Fomc manteve inalterada sua taxa básica de juros entre zero e 0,25% e cortou em mais US$ 10 bilhões a compra mensal de bônus.

O resultado do encontro do Fed, segundo o mercado, não trouxe um sinal mais claro sobre quando a instituição pretende iniciar o aperto monetário no país. Enquanto parte do mercado esperava uma sinal mais claro sobre quanto isso ocorrerá, uma outra parte enxergou um Fed mais “hawkish” ao dizer que o mercado de trabalho melhorou e que a probabilidade de a inflação ficar persistentemente abaixo de 2% diminuiu de certa forma.

Ao mesmo tempo, no Brasil, o déficit primário do governo central ratificou a situação ruim das contas públicas, o que favoreceu, por sua vez, a manutenção de prêmios nas taxas mais longas de juros. O Tesouro informou que as contas do governo central encerraram junho com o pior resultado da história para o mês, ao registrar um déficit de R$ 1,946 bilhão. Em meses de junho, apenas em 2009 e 1998 o governo central havia registrado saldos negativos. O pior resultado, até agora, havia sido em 1998, com um déficit de R$ 1,842 bilhão. O número em junho ficou muito próximo da mediana negativa encontrada pelo AE Projeções, de R$ 2,000 bilhões.

No acumulado do primeiro semestre de 2014, o superávit soma R$ 17,237 bilhões, o equivalente a 0,69% do PIB. O valor também é o pior para primeiros semestres desde o ano 2000, quando o superávit de janeiro a junho foi de R$ 15,431 bilhões. A queda é de 50,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit acumulava R$ 34,555 bilhões.

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