O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, disse nesta quarta-feira, 31, que ainda é preciso avançar mais no combate à inflação dos EUA, com sequência dos bons indicadores vistos recentemente, e que, neste ritmo, os juros serão cortados ao longo de 2024. "Quase todos do Conselho confiam que cortar juros será a decisão apropriada neste ano", afirmou.
"Não esperamos cortar os juros até termos confiança na inflação contida de modo sustentável", comentou ele, ao pontuar que a confiança "segue aumentando", mas ainda é preciso ver mais, visto que o quadro ainda é de muitas incertezas.
Powell disse que um corte de juros precipitado iria devolver todos os ganhos feitos contra o avanço da inflação.
Segundo o presidente do Fed, a economia norte-americana vem registrando progressos na queda da inflação, apesar de que a alta de preços continua elevada, e que a taxa de juros dos EUA "está bem" no território restritivo. "Agora temos visto mais efeitos do aperto monetário", afirmou ele, ao destacar que o crescimento dos salários tem desacelerado, e o mercado de trabalho parece caminhar para "um momento de maior equilíbrio", apesar de ainda ser preciso uma confiança maior para garantir que a inflação retorne à meta.
Powell disse ainda que os juros devem estar no pico deste ciclo e que o BC norte-americano continua comprometido em trazer a inflação à meta de 2% ao ano, tomando decisões reunião a reunião.
O presidente do Federal Reserve afirmou ainda que o debate sobre as participações em títulos do banco central está "começando a entrar em foco".
Segundo ele, o Comitê planeja iniciar discussões aprofundadas sobre a redução no balanço na próxima reunião, que acontece em 19 e 20 de março.
Powell destacou que este processo "ainda está no início", mas que não vê necessidade da recompra reversa ser cortada a zero sem que haja uma redução gradual.