Juros perdem ritmo de queda no fim e só taxas intermediárias fecham em baixa

Em linha com o otimismo visto nos demais ativos, os juros futuros passaram boa parte desta segunda-feira, 20, em queda, mas o movimento, que não teve respaldo de liquidez, acabou perdendo força na reta final dos negócios e só as taxas intermediárias conseguiram terminar em baixa. As demais encerraram de lado. O bom humor que ditou o ritmo durante a sessão foi sustentado tanto pelo exterior, após notícias positivas sobre testes de vacinas contra o coronavírus e esperança de mais pacotes de estímulos de liquidez na Europa e nos Estados Unidos, quanto por fatores domésticos, nesta véspera de entrega da primeira parte do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 caiu de 2,952% para 2,92%. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou estável em 5,49%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,31%, de 6,29% no último ajuste.

Com a agenda e noticiários locais relativamente fracos nesta segunda-feira, o investidor olhou para o exterior onde os testes de vacinas produzidos por diferentes laboratórios e Universidades têm mostrado resposta imunológica positiva, o que alimenta a esperança sobre um fim mais próximo do isolamento social e de reabertura das economias num prazo mais curto. "São notícias com potencial para afastar o risco de se prolongar as quarentenas e as medidas de expansão fiscal e, por isso, a curva está fechando", afirmou o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão, acrescentando que o câmbio menos pressionado também ajudou.

Como pano de fundo, o cenário político, embora não tenha tido novidades, ajudou no clima ameno diante da expectativa com o projeto de reforma tributária que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu para amanhã. "Há dúvidas sobre qual reforma será apresentada, se haverá de fato a simplificação de tributos e alta de impostos, mas só de o fato de o projeto estar caminhando e para ser apresentado já é algo muito positivo", disse Leão.

O Executivo leva nesta terça-feira, 21, sua proposta ao Legislativo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que amanhã mesmo está prevista reunião para analisar o texto. Ele reiterou que a discussão será feita em conjunto com os senadores. Segundo Maia, se apenas a proposta do governo tiver condições de avançar para ser votada já será um progresso. "O importante é que a gente avance e dê melhores condições tributárias para aqueles que querem investir no País."

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