Em dia de decisão sobre política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, o mercado doméstico de juros oscilou não só em cima dessas expectativas, como também de olho em informações sobre a nova equipe econômica do governo no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. O resultado do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, Banco central dos EUA) pegou o mercado de juro no leilão de encerramento da sessão regular.
No começo do dia, o recuo do dólar também contribuiu para a continuidade do movimento de baixa das taxas, registrado já na véspera. Mas, a despeito de o dólar manter o ritmo até o anúncio do Fomc, os juros viraram para cima à tarde e continuaram assim até o final. A atuação de estrangeiros na ponta longa da curva, antes do Fed, acabou puxando as taxas para cima à tarde. E a expectativa com o que viria do BC dos EUA consolidou o movimento.
Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do DI para janeiro de 2015 (220.615 contratos) marcava 10,943%, de 10,925% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2016 (184.655 contratos) indicava 11,83%, de 11,78% na véspera. O DI para janeiro de 2017 (163.740 contratos) apontava 11,98%, de 11,92% ontem. E o DI para janeiro de 2021 (151.540 contratos) tinha taxa de 12,15%, de 11,95% no ajuste anterior.
Nos EUA, o juro T-Note de 2 anos renovou as máximas da sessão e marcava 0,489%, às 16h27. O juro da T-Note de 10 anos estava em 2,346% e o da Treasury de 30 anos, em 3,079%.
Quando anunciou sua decisão, no final da sessão regular de juros, o Fed confirmou a expectativa do mercado e informou que o programa de compra de bônus termina em outubro. As condições do mercado de trabalho estão melhorando, o que respondeu pelo movimentos dos ativos. Segundo o BC dos EUA, no entanto, a inflação continua abaixo da meta de 2% e a atividade econômica se expande em ritmo moderado. Dessa forma, a taxa dos Fed Funds ficou inalterada entre zero e 0,25%. De acordo com o Fed, o aumento dos juros vai depender do progresso em direção às metas.
Para o Copom, hoje, a expectativa é de manutenção da Selic em 11%. Mas o comunicado pode dar algum sinal sobre a condução da política monetária no próximo governo e será esmiuçado pelos agentes.