Estadão

Juros sobem na primeira sessão do ano com temor de risco fiscal no radar

A curva de juros inicia 2023 registrando alta em toda a sua extensão, alinhada à firme alta do dólar, em um dia de liquidez reduzida no mercado doméstico. Ainda devido ao feriado de Ano Novo, o mercado norte-americano não opera nesta segunda-feira, o que mantém os investidores estrangeiros ausentes.

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) devolvem as baixas dos últimos dois pregões, com os investidores voltando a adicionar prêmio de risco diante de incertezas do cenário doméstico. Entre vários pontos, estão no foco do investidor a revogação do teto de gastos e renovação por 60 dias da desoneração dos combustíveis, em uma medida para evitar impacto negativo da imagem do novo governo, mas que tem impacto fiscal bilionário.

Além disso, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que o mercado elevou na semana passada as perspectivas para inflação à frente. E com a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o mercado financeiro elevou pela segunda semana consecutiva a projeção para a taxa Selic no fim de 2023.

Às 10 horas, o contrato de DI para liquidação em janeiro de 2024 tinha taxa de 13,58%, contra 13,41% do ajuste de quinta-feira. O DI para janeiro de 2025 projetava 12,99%, ante 12,65% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 12,94%, de 12,60%.

Na agenda de indicadores do dia, destaque para o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que desacelerou a 0,35% no fechamento de dezembro, após altas de 0,44% na terceira quadrissemana do mês e 0,57% em novembro. O indicador acumulou inflação de 4,28% em 2022, ante 9,34% em 2021. Os resultados vieram em linha com as medianas da pesquisa Projeções Broadcast. Para o critério mensal, as estimativas iam de 0,28% a 0,52%, e em 12 meses, de 4,23% a 4,60%.

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