Estadão

Juros: taxas futuras abrem em leve baixa, em linha com dólar, à espera do payroll

Os juros futuros abriram em leve baixa nesta sexta-feira (2) em linha com a queda do dólar. Nos contratos longos, onde residem prêmios maiores, a queda é mais acentuada do que nos intermediários e curtos. Às 9h30, a divulgação do payroll de junho dos Estados Unidos pode impor mudanças nos mercados globalmente, inclusive no Brasil.

Da cena interna, o tom de cautela com a crise política e a queda de braço sobre a reforma tributária entre o Ministério da Economia e o empresariado continuam. Ontem, as taxas futuras fecharam em alta com o mercado passando a começar a precificar o risco de um processo de impeachment ser aberto. O dólar caro também contribuiu para esse movimento.

Na indústria de fundos, mais gestores criticaram duramente o projeto de aumento de IR e retirada de benefícios. O sócio e gestor da Verde Asset Management, Luis Stuhlberger, afirmou que o texto é eleitoreiro, complica o sistema, tem "aumento boçal da carga tributária" no Brasil, e não deve passar da forma como está. Segundo Stuhlberger, a eventual antecipação do pagamento de dividendo por empresas pode acelerar a saída de dólares do Brasil no fim do ano, pressionando o câmbio. O diretor de Investimentos da Garde Asset Management, Carlos Calabresi disse que a reforma tributária foi uma grande frustração. "A reforma tributária é uma colcha de retalhos arrecadatória", criticou.

Sobre o fato de o IPC-Fipe de junho ter vindo mais alto do que o previsto, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, afirmou que a estrutura de preços vive momento delicado. "A inflação medida pela Fipe da região metropolitana de São Paulo avança 0,81%, mês passado foi de 0,41%. Com este resultado a inflação acumulada em 13 meses chega a 8,96% e deixa claro mais uma vez o momento delicado que vivemos na estrutura de preços", escreveu Perfeito.

Na abertura, o DI para janeiro de 2022 marcou 5,705% ante 5,732% no último ajuste. DI para janeiro de 2023 estava em 7,07% ante 7,12% no último ajuste. DI para janeiro de 2025 abriu a 8,16% ante 8,17% no último ajuste. DI para janeiro de 2027 registrou 8,60% ante 8,61% no último ajuste.

Juntamente à abertura, o IBGE divulgou que a produção industrial em maio subiu 1,4%, pouco abaixo da mediana de 1,6% calculada pelo <i>Estadão/Broadcast</i>. "Muitos indicadores de expectativas empresariais estão melhorando na esteira da vacinação e muito provavelmente a produção industrial em junho deve vir positiva", escreveu Perfeito.

Posso ajudar?