As taxas de juros negociadas no mercado futuro oscilam próximas da estabilidade na primeira hora de negociação desta sexta-feira, 27, com as atenções dos investidores focadas no discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, logo mais no seminário de Jackson Hole. Os contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) mostram leve viés de alta nos vencimentos intermediários e longos, com oscilações de no máximo 6 pontos-base.
Analistas justificam a grande expectativa com o discurso de Powell porque, ao longo da história, tem sido comum que discursos de presidentes do BC americano nesse evento exerçam influência nos negócios e até volatilidade nos ativos. Possíveis indicações sobre retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos podem alterar a dinâmica de outros mercados pelo mundo, com influência em ativos de renda fixa ou variável.
No Brasil, o foco principal estará no anúncio da bandeira tarifária que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) irá aplicar em setembro. Com a crise hídrica colocando a energia elétrica como principal vilã da inflação, o presidente Jair Bolsonaro admitiu nesta manhã a apoiadores que a economia do País "deu uma balançada", mas garantiu que isso já está sendo "consertado". Sobre inflação, disse: "Não quero inflação alta, mas tem coisa que não depende da gente". Por fim, voltou a pedir à população que economize energia elétrica.
Além da fala de Jerome Powell, o mercado também deve monitorar a participação dos presidentes do Banco Central, Roberto Campos, e da Câmara, Arthur Lira, em evento da Febraban.
Às 9h23 desta sexta, o DI para janeiro de 2022 tinha taxa de 6,800%, ante 6,784% do ajuste de quinta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2023 era de 8,52%, contra 8,48% do ajuste anterior. Na ponta longa, o DI para janeiro de 2027 projetava 9,84%, de 9,80%.