A alta do dólar e a aversão ao risco acirrada pela crise na Ucrânia influenciaram a alta dos juros futuros de longo prazo, que se descolaram da trajetória de queda das taxas dos Treasuries. Na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2015 fechou em 10,85%, nivelado ao ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2016 encerrou em 11,50%, de 11,42% no ajuste da véspera; o DI para janeiro de 2017 fechou em 11,80%, de 11,71% no ajuste anterior; e o DI para janeiro de 2021 terminou em 11,97%, ante 11,90% no ajuste de quarta-feira. No balcão, o dólar fechou em R$ 2,2970, com alta de 1,06%.
A aversão ao risco dominou os mercados nesta quinta-feira, a reboque do noticiário envolvendo a crise na Ucrânia. Nesta quinta-feira, um caça teria sido abatido no leste do país, quando sobrevoava o território controlado por rebeldes, segundo um jornalista da agência France-Presse (AFP). Além disso, há relatos de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) teria encerrado a cooperação com a Rússia, segundo notícia da agência russa Itar Tass. O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, afirmou que, se a Rússia continuar a desestabilizar a situação na Ucrânia, mais sanções poderão ser impostas.
Operadores destacaram que a sessão foi de giro fraco, refletindo a expectativa em relação à pesquisa Ibope e à divulgação do IPCA de julho, que será divulgado amanhã. Pesquisa do AE Projeções aponta estimativas entre 0,03% e 0,17%, com mediana de 0,09%. Em junho, o índice ficou em 0,40%.
Pela manhã, o mercado acompanhou os comentários do diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, durante a divulgação do Boletim Regional. Hamilton afirmou que a inflação mensal ao consumidor recuou, mas em 12 meses permanece elevada. Segundo Hamilton, a inflação baixa é condição para crescimento sustentado, enquanto a inflação elevada reduz emprego, renda e consumo.
Hamilton destacou ainda que o ritmo de expansão da atividade econômica tende a ser menos intenso em 2014 do que em 2013, abaixo do crescimento potencial. Além disso, ele alertou para os riscos à estabilidade financeira global, que permanecem elevados, com a possibilidade de novas rodadas de tensão e de volatilidade nas moedas.