O ambiente externo avesso ao risco e a alta firme do dólar ante o real conduziram os juros futuros a uma forte elevação nesta sexta-feira. Os contratos abriram mais de 15 pontos-base nos piores momentos do dia ante o ajuste da quarta-feira, dado o cenário geopolítico mais desafiador e a resiliência da inflação nos Estados Unidos. O giro de negócios é mais fraco, reflexo da emenda do feriado de Nossa Senhora Aparecida.
O DI para janeiro de 2025 subiu de 10,879% no ajuste de quarta-feira para 11,000%. O janeiro 2027 avançava de 10,847% a 10,995%. E o janeiro 2029 passava de 11,307% a 11,450%.
No cômputo semanal, contudo, a curva perdeu inclinação. O diferencial entre os contratos janeiro 25 e janeiro 29 saiu de 61 pontos-base na sexta-feira passada para 45 pontos hoje até o horário acima, em linha com o movimento dos Treasuries.
Mesmo com a baixa dos rendimentos dos Treasuries hoje, o movimento local é de acúmulo de prêmios, já que, devido ao feriado ontem, o mercado doméstico está em um delay em relação ao americano. Ontem, os juros dos Treasuries subiram forte depois de o índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro vir acima do consenso dos economistas e o leilão de T-bonds de 30 anos mostrar a pouca propensão do investidor em tomar dívida de longo prazo dos Estados Unidos.
A pressão externa vem também via câmbio, com a subida do dólar a R$ 5,08, e a disparada do petróleo Brent. Ambos são fatores de atenção para a inflação doméstica, por causa dos potenciais efeitos na política de preços da Petrobras.
A cotação da commodity disparou hoje em meio a dúvidas quanto à escalada do conflito. As Forças Armadas de Israel ordenaram que todos os palestinos vivendo na porção norte da Faixa de Gaza devem se retirar da região e ir para sul do território para "preservar vidas civis", sugerindo uma provável invasão da região. Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada. Em uma declaração no Telegram, o grupo terrorista Hamas, que controla Gaza, disse aos palestinos para não atenderem às exigências israelenses.