Os juros futuros sustentaram até o fechamento da sessão regular o movimento de alta já presente desde a abertura. Num dia de volume muito comprometido pela falta dos mercados em Nova York, em função do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, os receios com o cenário fiscal e a alta dos preços do petróleo abriram caminho para uma correção na curva às quedas recentes, enquanto não se desenrola a agenda da semana, que tem atas das reuniões do Federal Reserve e Banco Central Europeu (BCE), payroll americano e IPCA de junho.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023 subiu de 13,699% para 13,72%. O janeiro 2024 passou de 13,325% para 13,435%. O janeiro 2025 saltou de 12,629% para 12,74%. E o janeiro 2027 foi de 12,610% para 12,69%.
Além da expectativa com o calendário de indicadores e eventos da semana não autorizar hoje grandes movimentos, a questão fiscal segue impondo cautela, com atenções voltadas à definição do desenho final da PEC dos Benefícios. A Câmara deve votar o texto nesta semana, numa tramitação que deve ser rápida para permitir que os parlamentares saiam para o recesso com o assunto resolvido.
O relator do texto, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), disse que considera suprimir a declaração de estado de emergência da proposta, mas o governo federal resiste à ideia, por considerar a decretação um amparo jurídico contra contestações em ano de eleição.
A PEC aprovada no Senado tem impacto de R$ 41,2 bilhões fora do teto de gastos, mas o valor poderá aumentar, caso medidas como auxílio gasolina a motoristas de aplicativo sejam incluídas. Segundo o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), é possível fazer alterações se houver acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para votar novamente o texto na Casa antes do recesso do Congresso.
Ainda na área fiscal, o governo federal fez um último agrado aos servidores públicos no prazo em que permite a lei em ano eleitoral e aumentou em até 70% as diárias pagas aos funcionários em viagens.
Do exterior, o mercado monitorou os preços do petróleo, que subiram à casa de US$ 113 o barril no caso do Brent, que é referência para os preços da Petrobras. As cotações da commodity reagiram à desvalorização do dólar e a temores quanto à oferta. A despeito da perspectiva de aumento da demanda da China, há dúvidas quanto à capacidade dos países da Opep+ em elevarem significativamente a produção.