Juros terminam em alta forte, com impasse contínuo no Orçamento

Os juros futuros encerraram a sessão desta sexta-feira em alta forte nos vencimentos médio e longo, à medida que o mercado se frustrou com a permanência do impasse quanto ao Orçamento de 2021. A tensão política ganhou novos contornos com a determinação, na quinta-feira à noite, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), para a instalação da CPI da Pandemia. O mercado também acompanhou dados de inflação no Brasil, menos intensos do que o previsto, e no exterior, que surpreenderam para cima.

Havia na quinta à noite uma expectativa de que o presidente Jair Bolsonaro iria deliberar nesta sexta sobre se veta ou não o Orçamento. De um lado, a ala técnica do Ministério da Economia viu em declarações dele no jantar com empresários, na quarta, sinalização de que os recursos de emendas seriam bloqueados. De outro, a alta cúpula do Congresso enviou recados duros ao governo.

A pressão aumentou no período da tarde desta sexta, quando Câmara e Senado publicaram pareceres indicando que o presidente pode sancionar o Orçamento de 2021 sem vetos.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a divulgação desses documentos é um movimento alinhado entre os congressistas para impedir bloqueios de recursos. A reportagem apurou ainda que a equipe econômica também está se cercando de embasamento jurídico pelos vetos.

"O mercado se angustiou e decidiu repor prêmios, ninguém quer passar o fim de semana comprado (em Brasil)", resumiu o gerente de mesa de câmbio e juros de uma corretora paulista.

Assim, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subiu de 4,671% na quinta a 4,725% nesta sexta (regular) e 4,695% (estendida). O janeiro 2025 passou de 8,116% a 8,28% (regular) e 8,24% (estendida). E o janeiro 2027 foi de 8,754% a 8,93% (regular) e 8,89% (estendida).

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