Os juros futuros começaram a sessão desta quinta-feira, 7, com viés de queda, refletindo um ajuste às três últimas sessões de alta autorizado pelo ambiente externo hoje mais ameno. No Brasil, a agenda é mais fraca e a aprovação da PEC dos Benefícios pela Câmara, que deve ser votada hoje, já está nos preços.
Lá fora, os mercados digerem a ata do Banco Central Europeu (BCE) divulgada nesta manhã, que indica mais altas de juros adiante e alerta que se o processo de normalização monetária for muito lento, as pressões de demanda podem se ampliar. "É fundamental que o BCE mantenha sua credibilidade, mostrando sua determinação", afirma o documento, no qual os dirigentes consideram ainda a estagflação como um "resultado improvável".
As bolsas sobem na Europa e o preços do petróleo no pregão eletrônico ensaiam recuperação de uma pequena parte das perdas das últimas sessões, provocadas pelo fortalecimento do dólar e temor sobre a demanda em meio ao risco de recessão global. O petróleo em queda praticamente anulou a defasagem entre os preços dos combustíveis no Brasil e no exterior, o que traz alívio em relação às pressões sobre a política de preços da Petrobras e sobre a inflação doméstica. Na quarta-feira, o tipo Brent para setembro fechou a US$ 100,69 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
A equipe da LCA destaca o ambiente "risk on" no exterior. "As fortes e recentes quedas das commodities reduzem o temor da continuidade da inflação e de uma política monetária fortemente apertada nos EUA", avaliam.
Por aqui, a agenda da quinta-feira traz dados de inflação, mas com poucas chances de fazer preço nos ativos. O IGP-DI de junho já saiu, com alta de 0,62%, desacelerando ante a taxa de 0,69% de maio, e ligeiramente acima da mediana das estimativas, de 0,60%. E, após a greve que durou quase três meses, o Banco Central (BC) divulga o IBC-Br de março e de abril hoje, mas só às 16h30, quando a sessão regular já terá se encerrado. A mediana das previsões é de expansão de 0,10% em abril, na margem.