Os juros futuros fecharam a sessão regular desta terça-feira, 6, perto dos ajustes anteriores, com viés de queda nos prazos intermediários, após exibirem baixa por quatro sessões consecutivas. Pela manhã, as taxas chegaram a subir em meio a um movimento de realização de lucros, mas que perdeu força à tarde após o início do julgamento do habeas corpus preventivo do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mesmo que esperada, a confirmação da rejeição do pedido aliviou as taxas.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,460%, de 6,464% no ajuste anterior e a taxa do DI para janeiro de 2020 passou de 7,41% para 7,39%. A taxa do DI para janeiro de 2021 encerrou a 8,30%, de 8,28%, e a do DI para janeiro de 2023 fechou em 9,13%, mesmo patamar do ajuste de segunda-feira.
“O mercado interno melhorou à tarde por causa do julgamento do habeas corpus do Lula, o que surpreendeu porque isso já estava nos preços”, disse o economista Bernard Gonin, da Rio Gestão de Ativos.
A defesa de Lula tentava impedir sua prisão após se esgotarem os recursos no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que o condenou no âmbito da Operação Lava Jato a 12 anos e 1 mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá. Por volta das 15h30, formou-se a maioria para rejeitar o pedido. Lula precisava de ao menos três votos favoráveis para que o pedido fosse acatado, mas ele ainda pode tentar reverter o resultado no Supremo Tribunal Federal (STF).
A decisão do STJ é vista como mais um obstáculo à candidatura de Lula à eleição, o que é visto como positivo pelo mercado, que torce por um candidato que dê sequência à pauta reformista do governo Temer. E, com Lula cada vez mais fora da disputa, os investidores deram de ombros ao resultado da pesquisa CNT/MDA, de intenção de votos para a eleição presidencial, que mostrou o petista liderando a corrida em todos os cenários apresentados.
A reação mais efusiva ao resultado do julgamento foi no câmbio, onde o dólar ampliou a queda, chegando, nas mínimas, ao patamar de R$ 3,20. Às 16h35 era cotado no segmento à vista em R$ 3,2102 (-1,15%), reagindo também ao enfraquecimento da moeda no exterior. Nas ações, o Ibovespa subia 0,39%, aos 86.360,33 pontos.