A Justiça de São Paulo decretou, na segunda-feira, 26, a prisão temporária dos donos da escola Pequiá, no bairro do Cambuci, zona sul da capital paulista. A Polícia Civil investiga denúncias de maus-tratos a alunos no estabelecimento.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Estado, a Justiça atendeu ao pedido de prisão temporária contra os responsáveis pela unidade escolar. "A autoridade policial realiza diligências para localizar e prender os investigados", disse, em nota, nesta terça-feira, 27.
A escola, que atende a crianças da pré-escola ao ensino fundamental 1, passou a ser investigada depois que uma das professoras escondeu um celular e gravou um menino de oito anos amarrado a um poste pelas mangas da própria blusa. A docente denunciou o caso à polícia e revelou outros supostos abusos: crianças obrigadas a permanecer o dia inteiro com roupas sujas de urina, xingadas quando não guardavam os brinquedos e expostas a humilhações quando urinavam na calça.
Depois da denúncia, outras mães e professoras acusaram a escola. Crianças eram tratadas aos gritos e algumas teriam passado mal após serem obrigadas a comer brócolis e outros legumes. A escola já tinha sido denunciada em 2016 à ouvidoria da Secretaria de Educação em São Paulo, mas o caso não avançou por falta de provas. Após a denúncia atual, o prédio da escola foi pichado.
De acordo com a SSP, foram registrados três boletins de ocorrência sobre possíveis crimes e tomados os depoimentos de 14 pessoas, entre pais, funcionários e professores. No pedido enviado à Justiça, o delegado Fábio Daré, responsável pela investigação, entendeu que as imagens e os depoimentos justificam a prisão temporária dos suspeitos por 30 dias para a "devida apuração dos fatos". Caso os donos da escola não se apresentem, eles serão considerados foragidos.
Desde o dia 21, quando as denúncias se tornaram públicas, a escola está com as portas fechadas. A Secretaria Estadual de Educação abriu processo administrativo para apurar as denúncias. A defesa dos donos da escola disse que eles negam de forma veemente as acusações e que são inocentes. Os advogados avaliam que medidas serão tomadas em relação à decisão da Justiça sobre a prisão temporária dos responsáveis pela escola.