Policial

Justiça condenada 22 pessoas envolvidas com caça-níqueis

A Justiça de Guarulhos condenou quatro policiais militares e seis policiais civis envolvidos na máfia dos caça-níqueis. Além dos policiais, mais doze pessoas foram condenadas.

Eles responderam por crimes de formação de quadrilha armada, crime contra a economia popular, exploração de jogos de azar (cujas máquinas eram configuradas para nunca conceder prêmios), corrupção ativa e passiva, violação de sigilo e fraude processual. As penas variam de 6 a 25 anos de cadeia.

Em setembro do ano passado, o Guarulhos Hoje informou a respeito de uma operação conjunta entre o Ministério Público (MP) e a Corregedoria da Polícia Civil, que resultou na prisão de 16 pessoas, entre elas 11 policiais civis e três militares sob acusação de exploração de máquinas caça-níqueis.

O MP e a Polícia Civil vinham investigando há meses a exploração das máquinas caça-níqueis, distribuídas por estabelecimentos comerciais no município e em São Paulo. Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça contribuíram nas investigações. Segundo o departamento de comunicação do MP, elas revelaram que os acusados também estavam envolvidos na fabricação dos equipamentos eletrônicos, utilizados nas máquinas.

Em maio do ano passado o Ministério Público passou a investigar a participação de policiais em uma quadrilha organizada que vivia da exploração dos jogos na cidade. Nos quatro meses em que as investigações aconteceram, foi registrada mais de uma centena de estabelecimentos comerciais que exploravam os jogos de caça-níqueis não só em Guarulhos, mas também no município de Osasco, região metropolitana da Capital.

Os pontos de jogos geralmente funcionavam nos fundos de bares, restaurantes, padarias e lanchonetes. Só em Guarulhos, existiam mais de 600 máquinas de caça-níqueis em operação quando a denúncia foi feita. Elas arrecadavam, em média, R$ 120 mil por semana.

A atividade ilegal era praticada perto de postos da Polícia Militar. O ex-funcionário de um dos chefes da máfia contou à reportagem que policiais civis e militares de Guarulhos e Osasco protegiam os pontos de jogos.

Durante mais de um ano, o Ministério Público de Guarulhos investigou a máfia dos jogos da cidade. O processo, de quase 2.000 páginas, foi concluído esta semana. A Justiça condenou 22 dos 24 réus do processo. Duas mulheres foram inocentadas. Os outros foram condenados pelos crimes de formação de quadrilha armada, crime contra a economia popular, exploração de jogos de azar cujas máquinas eram configuradas para nunca dar prêmio, corrupção ativa e passiva, violação de sigilo e fraude processual. A condenação aconteceu no início desta semana.

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