Reportagem veiculada no SPTV 2ª Edição da TV Globo na noite desta segunda-feira mostrou que a Justiça de Guarulhos determinou que a mulher do deputado federal Eli Corrêa Filho, candidato do DEM derrotado nas eleições municipais no ano passado, devolva os valores, com juros e correção, que recebeu pela desapropriação de um terreno que estava no caminho das obras do Rodoanel Norte. A investigação apontou superfaturamento no pagamento. Atualizados, os valores chegam a cerca de R$ 40 milhões.
O caso se tornou público há cerca de um ano, no início da campanha eleitoral de 2016. Na ocasião, o casal dizia que tudo não passava de exploração política de um caso que envolvia a família de Francislene Assis de Almeida Corrêa, que era a dona de uma área de 230 mil metros quadrados, que fica na região do Aeroporto de Internacional de Guarulhos.
O Governo do Estado avaliou a área em R$ 9,7 milhões. No entanto, Francislene não concordou com o valor proposta para a desapropriação e recorreu a um perito judicial que determinou R$ 71,5 milhões, número oito vezes maior. Uma investigação aberta em 2016 pelo Ministério Público de São Paulo revelou movimentação de dinheiro entre juízes, peritos judiciais, advogados e donos de imóveis.
Um dos juízes responsáveis pelas desapropriações chegou a ser afastado pela Corregedoria do Tribunal de Justiça. Ele autorizou a mulher do deputado a sacar parte do dinheiro das desapropriações sem que a Dersa pudesse recorrer. Francislene sacou pouco mais de R$ 32 milhões relativos à desapropriação do terreno.
Pela decisão da Justiça divulgada pela TV Globo nesta segunda-feira, a mulher do deputado deverá – além do valor sacado – pagar juros e multa, o que faz com que o valor total a ser devolvido chegue a pouco mais de R$ 40 milhões.
Para a TV Globo, o advogado de Francislene disse que ela já garantiu em juízo os valores e bens e que vai aguardar o julgamento final do mérito.
