O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), argumentou neste domingo, 30, que o veto à Central Única dos Trabalhadores (CUT) de realizar o ato de 1º de Maio na Avenida Paulista não foi uma decisão da prefeitura. Segundo ele, a prefeitura só cumpriu uma determinação da Justiça assinada em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no governo Fernando Haddad.
Doria disse que apenas solicitou uma consulta sobre o assunto ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que ratificou a decisão e ainda determinou o pagamento de uma multa de R$ 10 milhões caso haja descumprimento da decisão.
“Espero que a CUT mostre que respeita as leis e tome uma decisão equilibrada de não entrar em confronto com a Justiça”, disse em conversa com jornalistas após participar da cerimônia oficial de inauguração da Japan House, na Avenida Paulista, no centro da capital.
Doria ainda disse que deu autorização prévia para a central sindical realizar seu evento tradicional do feriado do Dia do Trabalhador no Vale do Anhangabaú, também na região central de São Paulo, como fez no ano passado. “Lá tem espaço, tem acesso. Na Avenida Paulista, não pode por determinação ratificada por um desembargador de Justiça, não porque não queremos”, reforçou.
Segundo ele, diferentemente das outras três centrais sindicais, a CUT não fez solicitação formal para realizar o evento na cidade. “A CUT apenas anunciou que faria na Avenida Paulista e na Paulista não pode.”
Lula
Questionado sobre a declaração do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula do Silva, que disse em entrevista ao jornal SBT Brasil que Doria queria apenas cinco minutos de glória, o prefeito afirmou que dedicava a mesma frase que o marqueteiro João Santana dirigiu à ex-presidente Dilma Rousseff: “Estendo a frase de amnésia moral que João Santana disse à Dilma ao ex-presidente Lula.”
Ciclovias
O prefeito foi alvo de manifestação por parte de ciclistas que estavam na Avenida Paulista, diante de notícias de que sua administração avalia transformar parte da atual malha cicloviária em ciclorotas. Em reposta, Doria afirmou não ser contrário aos ciclistas, mas disse que a secretária de Transportes da cidade de São Paulo está fazendo um amplo estudo de viabilidade das ciclofaixas, ciclovias e ciclorotas. “É importante ressaltar que eu apoio as ciclovias e gosto dos ciclistas”, disse.
Japan House
Durante seu discurso na cerimônia de inauguração da Japan House, espaço criado para mostrar a cultura japonesa do século XXI, o prefeito paulistano exaltou a relação que São Paulo tem com o país asiático. “São Paulo é a maior cidade brasileira fora do Japão. Há uma história que nos une há mais de 100 anos. Quero registrar aqui em nome da população da cidade de São Paulo o orgulho que tem a nossa cidade com a inauguração da Japan House.”