Um tribunal alemão desistiu de julgar Bernie Ecclestone, chefe maior da Fórmula 1, em troca do pagamento de US$ 100 milhões (cerca de R$ 225 milhões), em um acordo que foi proposto pela defesa do dirigente e encerrou o caso no qual o inglês respondia contra acusações de suborno e incitamento ao abuso de confiança.
O juiz Peter Noll disse nesta terça-feira que o tribunal estadual de Munique encerrou o julgamento, iniciado em abril, depois de Ecclestone ter sido acusado de pagar US$ 44 milhões (aproximadamente R$ 99 milhões) ao banqueiro alemão Gerhard Gribkowsky, que cumpre na prisão uma pena de oito anos e meio por aceitar o dinheiro, além de ter cometido sonegação fiscal e outros crimes.
Ecclestone, de 83 anos, negou ter cometido qualquer crime e disse que Gribkowsky tentou o extorquir após o processo de venda dos direitos comercias da F1 ao grupo de investimentos CVC, há oito anos. Os advogados do dirigentes alegaram que faltavam evidências de que o chefão da categoria máxima do automobilismo é criminalmente responsável. Eles defendem que os danos causados ao banco alemão BayernLB, que a nome de Gribkowsky estava vendendo suas ações na F1, não estavam claros.
Em 2012, Gribkowsky acabou sendo condenado à prisão após ter aceitado o pagamento dos US$ 44 milhões, e Ecclestone alegou que só desembolsou a quantia após ter sido chantageado pelo banqueiro, que ameaçou denunciar irregularidades fiscais supostamente cometidas pelo dirigente na Inglaterra.
Por causa das acusações, Ecclestone corria o risco de pegar até 10 anos de prisão, mas a Justiça alemã aceitou o acordo multimilionário e assim o inglês seguirá desempenhando a sua função de chefe máximo da F1. O dirigente também acabou beneficiado pelas leis alemãs, que permitem esse tipo de acordo financeiro caso o Ministério Público, as partes lesadas e o tribunal aceitarem esse tipo de oferta, que foi uma das maiores da história da Justiça daquele país, segundo destacou nesta terça a imprensa local.
Mediante ao pagamento desta enorme quantia, Ecclestone teve o seu caso encerrado pela Justiça alemã justamente no momento no qual a Fórmula 1 vive o seu período de férias de verão. Depois da disputa do GP da Hungria, em 27 de julho, a categoria terá como corrida seguinte do seu calendário o GP da Bélgica, no próximo dia 24, em Spa-Francorchamps.