A Justiça Federal negou pedido de prisão preventiva da Procuradoria da República contra o ex-secretário de Saúde do Maranhão Ricardo Murad – cunhado da ex-governadora Roseana Sarney (PMDB) -, mas impôs a ele medidas restritivas como a proibição de deixar a capital São Luís e entregar o passaporte.
Alvo da Operação Sermão aos Peixes, investigação da Polícia Federal sobre suposto desvio de R$ 1,2 bilhão da verba destinada à rede pública de Saúde do Estado, Murad foi conduzido coercitivamente para depor na PF na última terça-feira,17. Seu depoimento durou cerca de 15 horas.
Ao requerer decreto de prisão preventiva de Murad, a Procuradoria alegou que ele incinerou provas documentais no quintal de casa antes de os agentes federais realizarem buscas.
O Ministério Público Federal sustenta que o ex-secretário “praticou atos de destruição e ocultação de provas e não é absurdo concluir que assim continuará comportando-se permanecer em liberdade”.
A Polícia Federal suspeita que pelo menos R$ 200 milhões repassados pelo Fundo Nacional de Saúde para o Maranhão, entre 2010 e 2013 – gestão Murad na Pasta estadual -, teriam sido canalizados para campanhas eleitorais.
Nesta quinta-feira, 19, em sua página no Facebook, Murad rechaçou as suspeitas da Polícia Federal e da Procuradoria. “Ao contrário do que se divulga, não houve superfaturamento, nem pagamentos de serviços, obras, medicamentos e materiais médico-hospitalar que tenham sigo pagos sem a devida prestação de serviço ou a correspondente entrega dos produtos e materiais”, escreveu o cunhado de Roseana.
Ricardo Murad é taxativo. “Na Secretaria de Saúde não houve desvios bilionários como afirma o superintendente da Polícia Federal, mas sim muito trabalho, dedicação e seriedade com os recursos públicos que destinamos para atender aos maranhenses uma rede de hospitais, UPAs e centros especializados de medicina digna de povos avançados.”