Política

Justiça solta Daniel Vorcaro, presidente do Banco Master, sob medidas cautelares

Liberação ocorreu neste sábado (29), com tornozeleira eletrônica e restrições, mas investigação continua

O banqueiro Daniel Vorcaro deixou o Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Guarulhos na manhã deste sábado (29), após decisão da Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) que converteu sua prisão preventiva em liberdade mediante medidas cautelares.

Apesar da soltura, ele permanece submetido a uma série de restrições: uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico à Justiça, proibição de contato com outros investigados, entrega do passaporte e vedação de exercer atividades financeiras.

Histórico da prisão

Vorcaro foi preso em 17 de novembro pela Polícia Federal (PF) no momento em que tentava embarcar para Dubai, em um jatinho particular, no Aeroporto de Guarulhos (SP). A prisão ocorreu no âmbito da Operação Compliance Zero, que investiga um esquema de fraudes financeiras envolvendo o Banco Master.

No dia 24 de novembro, Vorcaro e outros executivos foram transferidos da carceragem da PF para o CDP 2 de Guarulhos. Inicialmente, em audiência de custódia, a prisão preventiva foi mantida.

A decisão da desembargadora Solange Salgado da Silva, do TRF-1, considerou que os crimes atribuídos a Vorcaro e demais executivos — embora graves e envolvendo valores bilionários — “não envolvem violência ou grave ameaça à pessoa”, o que permitiu a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares.

O entendimento foi de que as cautelares impostas bastam para garantir a ordem econômica, evitar risco de fuga ou obstrução da investigação e assegurar o regular prosseguimento do processo.

O que sabemos sobre a investigação

  • A Operação Compliance Zero apura suposta venda de carteiras de crédito fraudulentas pelo Banco Master — com valores que podem atingir entre R$ 12 bilhões e até R$ 17 bilhões, segundo diferentes versões.

  • As carteiras, segundo a PF, teriam sido vendidas a BRB – Banco de Brasília, com uso de documentos falsos para justificar o negócio.

  • Logo após a prisão de Vorcaro, o Banco Central do Brasil (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master.

  • A investigação continua — a soltura não implica fim das apurações nem inocência automática.