O Ministério Público da Suíça confiscou novos documentos eletrônicos do gabinete de Joseph Blatter, de seu braço direito, Jérôme Valcke, e dos diretores financeiros da Fifa, em mais uma etapa das operações contra a corrupção na entidade máxima do futebol mundial. Os dados foram levados nesta quarta-feira e um novo processo criminal foi aberto pela Procuradoria Geral da Suíça.
A Fifa negou que tenha sido alvo de uma operação e insiste que foi ela mesmo que entregou a informação, ao ser solicitada. Ainda assim, o MP suíço garantiu que o confisco permitiu a abertura de mais um caso penal contra a Fifa.
No dia 27 de maio, a Fifa havia sido alvo de uma operação, no mesmo momento em que sete cartolas eram presos em Zurique, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF.
Naquele momento, mais de 2 terabytes de documentos eletrônicos foram confiscados, no que representaria o equivalente a 150 milhões de páginas. A Fifa, naquele momento, também insistiu que estava colaborando e que a ação era resultado de um caso aberto pela própria entidade.
Blatter, naquele dia, ainda não havia renunciado e seu assessor de imprensa, Walter de Gregório, insistiu que era um “bom dia para a Fifa”. Pressionado, o suíço anunciaria sua saída da entidade quatro dias depois – ele deixará a presidência no próximo congresso da Fifa, provavelmente no fim do ano.
Segundo fontes no MP, os suíços examinaram parte do material inicial e agora buscam novas evidências do que pode ser um caso de lavagem de dinheiro e corrupção. Até novembro do ano passado, a Justiça não tinha permissão para fazer operações na Fifa. Mas as leis mudaram diante da pressão da classe política suíça para uma revisão do status e privilégios da Fifa no país.