Era o Juventus Stadium, mas parecia o Parque dos Príncipes. Com clima de “déjà vu”, o Barcelona voltou a sofrer uma dura derrota na Liga dos Campeões, desta vez diante da Juventus, pelas quartas de final. Situação semelhante ocorrera no jogo de ida das oitavas, quando o time espanhol levara 4 a 0 do Paris Saint-Germain. Em Turim, o time da casa aplicou 3 a 0, abrindo caminho para a vaga na semifinal.
No confronto argentino entre Lionel Messi e Paulo Dybala, o jovem de 23 anos levou a melhor, com uma exibição de gala no primeiro tempo. Dybala, que é considerado por muitos como o sucessor de Messi na seleção, marcou dois dos três gols da Juventus e atormentou a defesa catalã.
Na segunda etapa, o Barcelona cresceu em campo e até impôs pressão. Mas também levou perigo na defesa e um gol do zagueiro Chiellini. Messi e Iniesta foram os principais nomes da equipe, enquanto Neymar e Suárez foram mais discretos em campo, sem conseguir reduzir a grande vantagem dos anfitriões.
Com o resultado, o Barcelona precisa ao menos devolver o placar de 3 a 0 para levar o duelo para a prorrogação e possíveis penalidades. Se levar um gol no Camp Nou, o time espanhol terá que vencer o jogo da volta, no dia 19 (próxima quarta-feira), por quatro gols de diferença.
Nas oitavas de final, o Barça levou 4 a 0 no Parque dos Príncipes, no jogo de ida. Mas surpreendeu ao reverter a grande desvantagem ao golear o PSG, em casa, por um inesperado 6 a 1.
O JOGO – O “déjà vu” do Barcelona começou logo aos 2 minutos, quando Higuaín assustou Ter Stegen com uma cabeçada perigosa. Se o argentino não aproveitou, Dybala não perdoou na sequência. Aos 6, Cuadrado avançou até a linha de fundo, pela direita, e deu toque rasteiro para Dybala, que girou sobre o marcador e bateu cruzado para as redes.
O mesmo argentino voltou à carga aos 21, quando pegou de primeira e mandou no canto direito de Ter Stegen: 2 a 0. Como acontecera na casa do PSG, na fase anterior, o Barcelona paralisava em campo, quase sem acreditar no rápido placar.
Desta vez, ao menos, Messi estava mais atento no gramado. E teve duas boas chances para reduzir a vantagem da Juventus. Aos 11, bateu falta por cima do travessão. E, aos 29, até balançou as redes, mas a arbitragem já havia marcado impedimento de Suárez no mesmo lance. Iniesta também levou perigo, aos 20, e só parou na boa defesa de Buffon.
Para o segundo tempo, o técnico Luis Enrique decidiu povoar o meio-campo, com a entrada de André Gomes no lugar de Mathieu, que atuou como lateral nesta terça. A mudança pareceu surtir efeito nos primeiros minutos, quando o Barcelona partiu para o ataque e esboçou pressão sobre a sólida defesa da Juventus.
Logo no primeiro minuto, Neymar tabelou com Messi, que bateu rasteiro da entrada da área, rente ao pé da trave esquerda de Buffon. Na sequência, aos 3, Iniesta arriscou de fora da área e levou perigo. Três minutos depois, o meia desperdiçou outra boa chance ao finalizar por cima do travessão.
Mas do outro lado a Juventus não desistia de atacar. Somente o atacante Higuaín perdeu duas boas chances seguidas, uma delas dentro da área. O zagueiro Chiellini mostrou maior eficiência. Após levantamento na área, ele ganhou com facilidade de Mascherano por cima e cabeceou firme no canto. A bola ainda acertou a trave antes de entrar, aos 9.
O terceiro gol da Juventus acordou de vez o Barcelona para o ataque. Dos 20 minutos em diante, só deu o time espanhol no ataque, enquanto os anfitriões apenas se defendiam. Suárez finalizou rente à trave, aos 22. No minuto seguinte, Neymar chutou da entrada da área e Chiellini desviou a finalização com a mão. O árbitro ignorou o lance.
Messi e Iniesta também desperdiçaram suas chances, enquanto o técnico Massimiliano Allegri reforçava a zaga, trocando Pjanic por Barzagli, numa defesa que começou a partida com os brasileiros Alex Sandro e Daniel Alves nas laterais. Diante do setor defensivo reforçado da Juventus, o Barça até tentou levar maior perigo, sem sucesso. Agora terá que sonhar com uma nova virada incrível, como fez com o PSG na fase anterior.