Estadão

Juíza dá prazo para Thiago Brennand voltar ao Brasil

A Justiça deu prazo de dez dias para que o empresário Thiago Brennand, que está no exterior, volte ao Brasil. Ele é acusado de agredir uma mulher em uma academia no Shopping Iguatemi, na zona sul de São Paulo. O Ministério Público (MP) apresentou denúncia por lesão corporal contra Brennand, que está fora do País desde domingo, 4. A Polícia Civil também apreendeu 54 acessórios de armas de fogo na mansão do empresário.

A defesa de Brennand diz que ele está à disposição da Justiça. Também afirma que, por causa do sigilo decretado no caso, irá se manifestar somente no processo. A Promotoria também apresentou denúncia por corrupção de menor, uma vez que, conforme o MP, as agressões ocorreram na presença do filho do denunciado.

As buscas foram realizadas pela polícia na tarde desta sexta-feira, 9, no condomínio Fazenda Boa Vista, em Porto Feliz, interior paulista. A operação foi realizada no contexto do inquérito aberto pelo 15º Distrito Policial da capital para apurar as agressões contra a modelo Alliny Helena Gomes, flagradas pelas câmeras da academia. O mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça de Porto Feliz. Os policiais encontraram uma mala fechada com cadeado em que os acessórios estavam acondicionados. Foram listadas peças como lunetas de longo alcance, mira a laser e dispositivos de correção de mira, mas não foram localizadas armas e munições.

Conforme a Polícia Civil, os itens passarão por perícia para definir se o armazenamento desses equipamentos, alguns de uso restrito, é permitido ou proibido. Ainda segundo a polícia, Thiago é CAC – colecionador, atirador desportivo e caçador, e tem várias armas registradas em seu nome de forma legal. A polícia pediu também uma busca e apreensão em outra residência dele, na capital, mas o pedido ainda não foi apreciado pela justiça. O empresário é investigado também pela agressão a um garçom do Hotel Fasano, que funciona no interior do condomínio. Desde março, a denúncia apresentada pelo garçom está em investigação.

Brennand deve responder ainda pela denúncia de agressão, cárcere privado e estupro de uma mulher que atualmente mora no exterior. A vítima alega que foi obrigada a manter relações sexuais com ele e deixar que um tatuador gravasse as iniciais dele em seu corpo. O inquérito havia sido arquivado pela Polícia Civil de Porto Feliz, mas a pedido do Ministério Público de São Paulo, o juiz Jorge Panserini, da 1.a Vara da Comarca, determinou o desarquivamento.

Antes do embarque de Brennand para Dubai, o MP havia pedido a apreensão de seu passaporte e medidas de proteção à modelo e testemunhas, que foram deferidas pela justiça. O empresário está proibido de se aproximar da vítima e de manter qualquer tipo de contato com ela. Em caso de descumprimento, ele pode ser preso.

A defesa afirma que na busca realizada pela Polícia Civil não foram encontradas armas ou munições ilegais, conforme noticiado. "Ressalte-se que a juíza não decretou a prisão preventiva pedida pelo assistente do Ministério Público, optando por medidas menos gravosas. Ela determinou, ainda, que o processo transcorra em sigilo. Por isso, a defesa só pretende se manifestar nos autos, buscando preservar sempre a dignidade e a imagem de todos os envolvidos", disse, em nota. A Associação de Moradores do Boa Vista informou que colabora com a polícia e a justiça.

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