O candidato ao Senado, ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), minimizou nesta quarta-feira, 30, a polêmica envolvendo o candidato ao governo estadual em sua chapa, Paulo Skaf (PMDB), e a aliança nacional em torno da candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT). Para Kassab, essa situação ocorre pois não há uma verticalização das alianças eleitorais. “A legislação é assim, é um absurdo, é um erro. Então, todos os partidos estão errando: o PT está errando, o PSDB está errando, o PMDB está errando, o PSD está errando. O problema é na legislação”, afirmou, ao chegar para um evento junto com Skaf na Associação dos Oficiais da Polícia Militar, na zona norte da capital paulista.
Kassab citou a situação do candidato e atual governador Geraldo Alckmin (PSDB) para exemplificar que é comum as alianças estaduais terem direções distintas das nacionais. “Você vê aqui o Geraldo Alckmin: ele tem comitê em conjunto com o Eduardo Campos (PSB) e já estou vendo que ele vai correr o Estado, em algumas regiões, com Eduardo Campos”, afirmou. O candidato natural do tucano à Presidência é o senador Aécio Neves (PSDB), mas por conta da sua chapa, que tem o deputado Márcio França (PSB) como vice, Alckmin terá a situação de palanque duplo em alguns locais.
De acordo com o ex-prefeito, a polêmica entre Skaf e a aliança nacional em torno de Dilma “é um pouco artificial”. “Temos uma eleição aqui no Estado, dois bons candidatos, com duas estruturas políticas que têm densidade, a candidatura do Padilha e a candidatura do Skaf, e ambas querem vencer as eleições, aí fica esse stress, que é natural”, disse.
Segundo Kassab, “às vezes parece que as coisas fugiram do trilho, mas não fugiram”. Questionado se acredita que está correta a postura de resistência de Skaf, Kassab afirmou que é preciso “entender algumas manifestações” do candidato. “O PT é adversário dele aqui no Estado, então, com qualquer avaliação que possa parecer diferente, ele pode passar uma percepção diferente para o eleitor e é isso que ele não quer”.
Apesar do embate, Kassab disse acreditar no entendimento entre PMDB e PT. “Vai ser encontrado um ponto de equilibro, no fundo é compreensível neste início de campanha ainda um certo stress entre
duas candidaturas que são adversárias e no plano nacional os partidos são aliados”, disse.
Kassab reforçou que vê com “naturalidade” essa polêmica. “As campanhas sempre têm essas peculiaridades, essa é uma peculiaridade dessa campanha, mas, volto a insistir, vai ser encontrado um ponto de equilíbrio”, disse. Para o ex-prefeito, esse debate “já está perdendo força”. “Vejo que esse debate já está enfraquecendo, perdendo força, e todos voltando à campanha.”
Na avaliação de Kassab, o eleitor não se confunde com a questão de palanques múltiplos. “O eleitor tem dois acompanhamentos distintos, acompanha a campanha de presidente e acompanha a campanha de governador de uma maneira distinta”, afirmou.
Questionado se já havia sido procurado pelo coordenador da campanha da Dilma no Estado, o prefeito Luiz Marinho, que tenta alinhavar as alianças e palanques de Dilma em São Paulo, Kassab afirmou que “não vê necessidade” de ser procurado. “Tenho conversado bastante com todos eles do PT. Ele não precisa me procurar até porque a minha relação com a campanha da Dilma é diária. Nós estamos fazendo a campanha dela, não teria sentido me procurar, no meu material está lá (o apoio a Dilma).” ( – [email protected] e Ricardo Brandt)