O secretário de estado dos EUA, John Kerry, fez uma parada não anunciada em Bagdá, no Iraque, nesta sexta-feira, para se reunir com o primeiro-ministro do país, Haider al-Abadi, e outras autoridades iraquianas. O encontro acontece em meio a uma ampliação das forças militares contra o Estado Islâmico e às crescentes incertezas políticas enfrentadas pelo país.
“Este é obviamente um momento muito crítico aqui no Iraque”, comentou Kerry. Suas conversas com autoridades locais foram destinadas a mostrar apoio ao governo iraquiano, que enfrenta desafios de segurança, econômicos e políticos.
Ontem, no Bahrein, Kerry disse que o governo do Iraque precisa “unificar e reconstruir o país e retomar o território que foi ocupado pelo Daesh”, usando o termo árabe para o Estado Islâmico. Segundo Kerry, os vizinhos do Iraque também “precisam apoiar o governo de al-Abadi em seus esforços para estabilizar e eventualmente reconstruir o país”.
A viagem de Kerry coincide com avanços militares. As forças iraquianas informaram ter entrado ontem na estrategicamente importante cidade de Hit, que estava sob domínio do Estado Islâmico, enquanto o Pentágono está avaliando estabelecer mais postos militares pequenos para fornecer artilharia e outras assistências ao Iraque. No mês passado os EUA abriram sua primeira base desde que voltaram ao país, em 2014.
No entanto, al-Abadi enfrenta desafios pessoais. Ele ainda tenta estabelecer um novo gabinete em meio à pressão dos apoiadores de um clérigo xiita radical que no mês passado fizeram protestos exigindo reformas. Um impasse prolongado pode prejudicar gravemente a habilidade do primeiro-ministro para efetivamente liderar um país que com frequência sofre divisões sectárias desde que os EUA derrubaram Saddam Hussein do poder, há cerca de 13 anos.
A corrupção é um dos principais temas de debate no país. Em agosto do ano passado, al-Abadi propôs um amplo pacote de reformas para combater a corrupção, reduziu gastos do governo e fundiu ministérios, mas seus esforços foram ofuscados por tensões sectárias e por dificuldades para conter o Estado Islâmico. Fonte: Associated Press.