O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou acreditar que o Congresso dos EUA não irá barrar o texto final do acordo nuclear entre o Irã e as potências do P5+1 (EUA, China, Rússia, Alemanha, Reino Unido e França).
“Não acredito que o Congresso irá colocar em descumprimento o acordo. Estou confiante que os congressistas não rejeitarão o texto final”, afirmou, em uma coletiva de imprensa em Viena, onde passou os últimos 19 dias.
Em abril, o Congresso aprovou uma legislação que previa que os congressistas teriam apenas 30 dias para discutir e votar o acordo se o texto final saísse até 9 de julho. Em caso contrário, como ocorreu, os parlamentares terão 60 dias para apreciar os termos. Isso ascendeu o alerta de assessores do presidente Barack Obama, que acreditam que, por causa do prazo mais entendido, a maioria republicana pode barrar a aprovação do acordo.
Kerry disse ainda que os Estados Unidos e seus parceiros teriam terminado as negociações há muito tempo se estivessem dispostos a se contentar com um acordo menos abrangente. “Estávamos determinados a obter esse direito e eu acredito que nossa persistência valeu a pena”, disse Kerry, salientando que o acordo marca um dia “histórico”.
O secretário também elogiou o seu homólogo iraniano, Javad Zarif, classificando-o como um negociador resistente e patriota. Kerry disse também que os dois mantiveram o respeito mútuo ao longo das negociações, muitas vezes aquecidas.
No entanto, Kerry disse que o governo está plenamente consciente de que o acordo nuclear não resolveria as preocupações de Washington sobre as ações do Irã. “Desde o início deste processo, consideramos não só as nossas próprias preocupações de segurança bem como as ansiedades graves e legítimas de nossos amigos e nossos aliados na região – especialmente Israel e os Estados do Golfo”, disse ele.
“O que estamos anunciando hoje é um acordo que irá enfrentar a ameaça representada pelo programa nuclear iraniano”, acrescentou, afirmando que espera que o acordo seja implementado em até seis meses. Fonte: Dow Jones Newswires e Associated Press.