Graduadas autoridades norte-americanas e iranianas deram início nesta terça-feira ao segundo dia de negociações nucleares na cidade suíça de Montreux, mesmo dia em que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu fará uma discurso no Congresso dos Estados Unidos, no qual deve criticar as negociações entre Washington e Teerã.
Enquanto o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro de Relações Exteriores iraniano Javad Zarif, juntamente com seus auxiliares buscam forjar um acordo num hotel de luxo de Montreux, Netanyahu se preparava para denunciar o acordo como perigoso para o Estado judeu e para o mundo.
Integrantes das delegações norte-americana e iraniana reuniram por duas horas na manhã desta terça-feira antes de um intervalo, de acordo com autoridades norte-americanas, segundo as quais a reunião deve ser retomada mais tarde e continuar durante o discurso de Netanyahu a uma sessão conjunta do Congresso, o que vai acontecer no final da tarde pelo horário de Montreux.
“Estamos trabalhando de forma produtiva”, disse Kerry aos jornalistas.
“Estamos avançando e conversando para conseguirmos progredir”, disse Zarif. “Há questões e queremos tratar delas, mas há também a seriedade que precisamos para seguir adiante. Como dissemos durante todo esse tempo, precisamos da necessária vontade política para entender que a única forma de seguir adiante é negociar.”
Porém, num sinal de que o discurso de Netanyahu ressoa fora de Washington, Zarif criticou comentários feitos pelo presidente Barack Obama feitos na segunda-feira como parte de um amplo esforço do governo para repelir as críticas israelenses. Obama disse que o Irã teria de suspender suas atividades nucleares por pelo menos uma década como parte de um acordo final.
“É claro que a posição de Obama tem como objetivo confrontar a propaganda do regime sionista do primeiro-ministro e de outros extremistas que se opõem às negociações”, disse Zarif aos repórteres iranianos, chamando a medida de “inaceitável e ameaçadora”. As declarações de Zarif foram divulgadas pela agência de oficial notícias do Irã, a Irna.
Estados Unidos, Irã e outras potências mundiais trabalham para conseguir chegar a um esboço de acordo no prazo, que expira no final deste mês. Julho é o prazo para um acordo final, cujo objetivo é restringir o programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções impostas ao país. Fonte: Associated Press.