O presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, disse nesta segunda-feira que a economia japonesa se enfraqueceu recentemente devido aos efeitos do novo coronavírus, mas previu que deverá retomar sua tendência de expansão moderada quando a disseminação da doença chegar ao fim.
Mais cedo, o BC japonês anunciou uma série de medidas para lidar com o impacto do coronavírus, antecipando sua reunião de política monetária, que estava originalmente marcada para os dias 18 e 19 de março. O BoJ, no entanto, deixou suas taxas de juros inalteradas: a de depósito permanece em -0,1% e a meta do rendimento do bônus do governo japonês (JGB) de 10 anos continua em 0%.
Em coletiva de imprensa que se seguiu à decisão, Kuroda disse que o BoJ não hesitará em tomar medidas adicionais de relaxamento, se necessário, o que pode incluir cortes de juros.
"Não acho que o BoJ tenha atingido o limite com a taxa de -0,1%. Acredito que cortar o juro em território mais negativo ainda é possível, e planejamos fazê-lo se isso se tornar necessário", declarou Kuroda.
Kuroda afirmou também que a iniciativa do BoJ faz parte de uma estratégia coordenada com outros países. Ontem à noite, o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) reduziu seu juro básico em um ponto porcentual, para a faixa de 0% a 0,25%, e tomou várias outras medidas, também em reação à propagação do coronavírus.
A cooperação envolve também o Banco Central Europeu (BCE), o Banco da Inglaterra (BoE) e os BCs do Canadá e da Suíça.
Ainda na coletiva, Kuroda comentou que a China – onde o coronavírus teve origem – pode começar a se recuperar no segundo trimestre. Com informações da Dow Jones Newswires.