A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reafirmou o foco da autoridade monetária em controlar a inflação "alta demais" na zona do euro por meio de mais aumentos do juro básico ao longo das "próximas várias reuniões" de política monetária. Segundo ela, os principais riscos inflacionárias apontam para cima e a inflação no bloco deve seguir acima da meta de 2% do BCE por um período extenso.
Adicionando a este quadro a perspectiva de desaceleração do crescimento econômico na zona do euro, Lagarde se mostrou preocupada em relação ao que chamou de precificações que sugerem previsões "muito otimistas" por parte do mercado.
"Apesar dos ajustes recentes, os mercados financeiros ainda parecem estar precificando resultados que podem se provar muito otimistas. Isso torna as avaliações vulneráveis a uma série de possíveis surpresas negativas, seja de crescimento, inflação, política monetária ou lucratividade corporativa", alertou a banqueira central, em seu discurso na 46ª Reunião do Comitê Monetário e Financeiro Internacional.
Lagarde reforçou que a guerra na Ucrânia é a principal causa para a piora da perspectiva econômica neste segundo semestre, tendência que deve se repetir na primeira metade de 2023.
Quantos aos riscos ao sistema financeiro, ela destacou "níveis baixos de buffers de liquidez" de fundos de investimento aberto, o que representa um "risco significativo de que esses fundos amplifiquem uma correção de mercado por meio de venda forçada" de ativos.