Morreu nesta sexta-feira, aos 88 anos, o ex-presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), o senegalês Lamine Diack. Após passar alguns anos preso na França cumprindo pena por corrupção na atribuição das sedes dos Jogos Olímpicos de 2016 (Rio) e 2020 (Tóquio), e também sendo investigado por acobertar casos de doping na Rússia, o dirigente estava em Dakar, onde nasceu, desde maio.
A notícia foi revelada pela imprensa local e depois confirmada pela família de Lamine Diack. A causa da morte não foi revelada. "Sim, o meu pai acaba de ser chamado por Deus, gostaríamos que ele continuasse nos acompanhando, mas ele foi embora", disse seu filho, Papa Massata Diack, à agência senegalesa de notícias.
Diack sucedeu o italiano Primo Nebiolo, após a sua morte em 1999, como presidente da IAAF, servindo até 2015, quando o britânico Sebastian Coe, atual presidente, foi eleito após ele ter seu nome envolvido em diversos escândalos de corrupção.
Nascido em Dakar em 1933, Diack teve uma vida ligada ao esporte. Não apenas dirigente, como também na função de atleta. Ele praticou diversas modalidades na infância: atletismo, basquete, futebol, ténis e vôlei. O senegalês se tornou, antes da independência do país, campeão nacional (7,63 metros) e campeão universitário (7,72 metros) no salto em distância na França, em 1958 e 1959, respectivamente.
Em 1973, Diack foi eleito o primeiro presidente da Confederação Africana de Atletismo e ocupou a presidência do Comité Olímpico do Senegal de 1985 até 2002. Desempenhou as funções de Ministro da Juventude e Desportos do país, de Presidente da Câmara de Dakar e ainda se elegeu deputado na Assembleia Nacional do Senegal.
A carreira de Lamine Diack ficou manchada após 2015, quando foi preso em Paris, juntamente com o seu advogado, Habib Cissé, por suspeita de desvio de fundos da IAAF e de receber "suborno" para facilitar o doping na Rússia. Em setembro de 2020, o ex-presidente da IAAF ainda foi considerado culpado por corrupção ativa e passiva, bem como violação de confiança, e condenado a mais quatro anos de prisão – dois deles isentos de cumprimento – bem como a pagar uma multa máxima de 500 mil euros.