O primeiro-ministro designado do Líbano, Moustapha Adib, renunciou neste sábado em meio a um impasse político sobre a formação do governo, desferindo um golpe nos esforços do presidente da França, Emmanuel Macron, para romper a crise no país.
O anúncio da saída de Moustapha Adib quase um mês depois de sua nomeação para o cargo lança o Líbano em um cenário de incerteza política. Ele disse aos repórteres que está deixando o cargo depois de ter ficado claro que o tipo de gabinete que ele desejava formar estava "fadado ao fracasso".
O líder francês tem pressionado os políticos libaneses a formar um gabinete composto de especialistas não partidários que possam trabalhar na aprovação de reformas urgentes para tirar o Líbano de uma crise econômica e financeira agravada pela explosão de 4 de agosto no porto de Beirute. O país precisa de assistência financeira, mas a França e outras potências internacionais se recusaram a fornecer ajuda antes que reformas amplas sejam feitas.
Os esforços do Adib, apoiado pela França, encontraram vários obstáculos, depois que os principais grupos xiitas do país, Hezbollah e Amal, insistiram em manter o controle do Ministério das Finanças. A insistência deles surgiu depois que o governo dos Estados Unidos impôs sanções a dois altos políticos próximos ao Hezbollah, incluindo o ex-ministro das finanças. Os dois grupos também insistiram em nomear os ministros xiitas no novo gabinete e se opuseram à maneira como Adib estava formando o governo, sem consultá-los.
Adib disse que está deixando o cargo depois que seus esforços chegaram a um beco sem saída. "Pedi desculpas por continuar a missão de formar um governo depois que ficou claro que um gabinete de acordo com as características que estabeleci para ele estaria fadado ao fracasso", afirmou. Ele desejou ainda "boa sorte a quem for escolhido para esta difícil tarefa depois de mim". Fonte: Associated Press.